Doria não diminuiu espera nos exames após Corujão da Saúde

O programa nasceu com a ideia de usar hospitais particulares conveniados com o município para a realização de exames entre 22h e 8h

12/07/2018 15:00 / Atualizado em 05/05/2020 11:02

O ex-prefeito de São Paulo, João Doria
O ex-prefeito de São Paulo, João Doria - Rovena Rosa/Agência Brasil

O Corujão da Saúde, uma das principais promessas da gestão do ex-prefeito João Doria (PSDB), não diminuiu o tempo de espera por um exame médico na cidade de São Paulo, de acordo com auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Município (TCM), finalizada em junho. As informações foram apuradas pelo G1.

Segundo o relatório, embora Doria tenha fixado o prazo de 30 dias para exames urgentes e 60 dias para os demais depois do encerramento do programa, no início de 2017, o prazo médio de janeiro a maio do ano passado foi de mais de três meses após a data de entrada na fila. O prazo é considerado excessivo pelo documento.

“A divulgação feita pela Prefeitura de que, com o encerramento do programa Corujão da Saúde todos os pacientes que necessitassem de exames na rede municipal deveriam realizá-lo em até 30 dias no máximo, na própria rede municipal, não se efetivou, pois em abril de 2017 a espera média correspondia a 103,4 dias e, em maio de 2017, correspondia a 99,7 dias. Portanto, demonstra-se que a realização de exames não pode ser uma política pública em si, mas sim requer ações permanentes”, diz um trecho do relatório.

Nesta quarta-feira, 11, o ex-secretário municipal da Saúde e idealizador do programa, Wilson Pollara, deixou a pasta e quem a assumiu foi Edson Aparecido, presidente da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab).

O Corujão da Saúde nasceu com a ideia de usar hospitais particulares conveniados com o município para a realização de exames (tomografia, ressonância, ultrassonografia, mamografia, ecocardiografia; densitometria) entre 22h e 8h.

Em janeiro de 2017, época em que foi lançado, sua meta era zerar em três meses a fila de 485 mil pedidos de seis tipos de exames. Com a fila zerada, a prefeitura prometia que nenhum paciente iria esperar mais do que 30 dias para fazer um exame.

Em nota, a Secretaria da Saúde informou que “nunca houve a promessa de espera por no máximo 90 dias para fazer o exame dentro do programa Corujão da Saúde. A promessa era de, em 90 dias, zerar a demanda de agendamento dos exames de 2016, o que foi realizado em 83 dias”. A pasta ainda disse que “depois de zerada a fila, o paciente esperaria para ser agendado – e não atendido – até 30 dias para casos mais simples e 60 para os mais complexos”.

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