‘Escolha triste do Brasil’, diz New York Times sobre Bolsonaro

O jornal norte-americano define o candidato do PSL como um político de direita que tem 'pontos de vista repulsivos'

O jornal traçou um panorama sobre o atual momento político do Brasil
Créditos: Fernando Frazão/Agência Brasil
O jornal traçou um panorama sobre o atual momento político do Brasil

Para o jornal norte-americano The New York Times, a possível eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para presidente é uma “escolha triste do Brasil”. A declaração do veículo foi publicada em um editorial sobre a política brasileira neste domingo, 21.

De acordo com o texto, escrito pelo conselho editorial do NYT, “é um dia triste para a democracia quando a desordem e a decepção levam eleitores à distração e abrem a porta para populistas ofensivos, rudes e agressivos”. A publicação define Bolsonaro como um político de direita que tem “pontos de vista repulsivos”.

“Ele disse que se tivesse um filho homossexual, preferiria que ele morresse; que uma colega na Câmara era muito feia para ser estuprada; que os negros são preguiçosos e gordos; e que o aquecimento global equivale a ‘fábulas de estufa’. Ele sente saudades dos generais e torturadores que governaram o Brasil por 20 anos”, afirma o veículo.

Segundo o New York Times, o crescimento do candidato do PSL faz parte de um movimento “assustadoramente comum” entre as democracias no mundo.

“Cristão evangélico, ele prega uma mistura de conservadorismo social e liberalismo econômico, embora confesse ter apenas uma compreensão superficial da economia. Soa familiar? Ele é o político mais recente de uma longa lista de populistas que enfrentaram uma onda de descontentamento, frustração e desespero para o mais alto cargo em cada um de seus países. Não surpreendentemente, ele é frequentemente descrito como um brasileiro Donald Trump”, diz o texto.

O editorial faz um panorama da política no Brasil, citando a recessão econômica, a Operação Lava Jato, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), as denúncias contra o presidente Michel Temer (MDB) e os crimes violentos.

“Com este pano de fundo, os pontos de vista nojentos de Bolsonaro são interpretados como sinceridade, sua obscura carreira como parlamentar como a promessa de um forasteiro” que vai limpar a corrupção e “sua promessa de um punho de ferro como a esperança de um alívio” dos altos índices de homicídios, detalha o jornal.

O texto ainda ressalta que, se Bolsonaro for eleito, um de seus perdedores será o meio ambiente, “especificamente, as florestas tropicais da Amazônia”.

Confira o editorial na íntegra.