Estuprador usa pitbulls para ameaçar mulheres em BH

Duas mulheres foram espancadas e estupradas sob ameaça de ataque de dois pitbulls: uma das vítimas tem 14 anos

Na madrugada do sábado, 28, no Bairro Fazendinha, em Belo Horizonte (MG), uma mulher de 24 e outra 14 anos foram estupradas sob ameaça de serem atacadas e comidas por pitbulls.

O autor dos estupros é conhecido como Ramonim. Ele levou as mulheres em um Corolla preto para casa e lá soltou dois cães da raça pitbull e as violentou. Ambas foram liberadas ao amanhecer deste domingo, 29.

Segundo o jornal “Estado de Minas”, o chefe de uma facção criminosa mandou que as vítimas fossem agredidas e que tivessem o cabelo cortado para que elas não fossem denunciar o estupro para a polícia.

Ferida, a jovem de 24 anos foi a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Lá, os médicos perceberam o estupro e acionaram a Polícia Militar. O estuprador ainda não foi preso.

O que fazer caso eu seja vítima de estupro?

Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido
Créditos: Getty Images/Vetta
Nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido
  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.

Apesar dessa ser a ordem ideal, é sempre necessário compreender o contexto e a situação emocional da vítima, respeitando suas decisões. É importante não pressionar a vítima, já que, em muitos casos, a violência fragiliza e traumatiza e a pressão pode agravar esse quadro. Isso, no entanto, não significa que devamos ser omissos. O importante é escutar e apoiar a vítima, para que ela se sinta amparada e fortalecida para lidar com a situação.

Sobre tal aspecto, é relevante relembrar que o acolhimento e atendimento psicológico especializado podem ser decisivos para fornecer ferramentas para que a vítima possa superar o trauma vivido.

Além disso, frisamos que nunca se deve culpar a vítima pelo crime cometido contra ela. A culpa jamais será da vítima e pressão de amigos e familiares indagando sobre a roupa, comportamento, postura, circunstâncias corroboram para os altos índices de suicídio entre vítimas de estupro.

Aliás, vale ressaltar que detalhes pessoais da vida da vítima são irrelevantes até mesmo no momento da realização do boletim de ocorrência. A vida privada da vítima não tem valor jurídico uma vez que, na ocorrência de estupro, os fatos relevantes são aqueles ligados ao crime e não à vida ou passado da vítima. Muitas vezes, essas informações são utilizadas de maneira mal-intencionada para deslegitimar a vítima e duvidar do seu relato.