FGV diz que novo ministro da Educação não foi seu professor

Em mais uma mentira, Carlos Alberto Decotelli diz que foi professor da instituição por 40 anos

30/06/2020 09:27 / Atualizado em 01/07/2020 14:57

A fraude no currículo do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira, 29. Agora é sobre sua atuação profissional.

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) negou que Decotelli tenha trabalhado como professor em alguma escola da instituição.

O ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, se vê envolvido em mais uma fraude em seu currículo
O ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, se vê envolvido em mais uma fraude em seu currículo - Geraldo Magela/Agência Senado

Em seu currículo, ministro da Educação disse ter sido docente por mais de 40 anos.

Em nota enviada ao site DCM, a FGV diz que “Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008” e que ele também nunca foi pesquisador ou teve pesquisa financiada pela instituição.

“O professor Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação. Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição”, diz ainda a nota.

Em e-mails enviados a CNN Brasil, a professora Brigitte Wolf, da Universidade de Wüppertal, na Alemanha, disse que, por lá, Carlos Alberto Decotelli era tido como professor da FGV.

Posse do novo ministro

As polemicas envolvendo o currículo do ministro da Educação fez o Palácio do Planalto adiar a posse de Carlos Alberto Decotelli, que estava marcada para hoje.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, do O Globo., o presidente Jair Bolsonaro teria ordenado que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) faça uma rechecagem do currículo de Decotelli.

Desde que foi anunciado para assumir a vaga de Abraham Weintraub, Decotelli passou a ter as informações de seu currículo questionadas.

A mais recente surgiu nesta segunda-feira. 29. A Universidade de Wüppertal, na Alemanha, negou que Carlos Alberto Decotelli estudou por dois anos na instituição, como consta no Lattes do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

O presidente Jair Bolsonaro com o novo Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli
O presidente Jair Bolsonaro com o novo Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli - Marcos Corrêa/PR

Segundo a universidade alemã, o novo ministro do MEC conduziu pesquisas na instituição por um período de três meses em 2016, mas sem concluir qualquer programa de pós-doutoramento.

Um dia pós de ser anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro como ministro, Carlos Alberto Decotelli teve o título de doutor questionado pelo reitor da Universidade Nacional de Rosário.

“Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, ele não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar”, disse Franco Bartolacci.