FGV diz que novo ministro da Educação não foi seu professor

Em mais uma mentira, Carlos Alberto Decotelli diz que foi professor da instituição por 40 anos

A fraude no currículo do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira, 29. Agora é sobre sua atuação profissional.

A FGV (Fundação Getúlio Vargas) negou que Decotelli tenha trabalhado como professor em alguma escola da instituição.

O ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, se vê envolvido em mais uma fraude em seu currículo
Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado
O ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, se vê envolvido em mais uma fraude em seu currículo

Em seu currículo, ministro da Educação disse ter sido docente por mais de 40 anos.

Em nota enviada ao site DCM, a FGV diz que “Decotelli cursou mestrado na FGV, concluído em 2008” e que ele também nunca foi pesquisador ou teve pesquisa financiada pela instituição.

“O professor Decotelli atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação. Da mesma forma, não foi pesquisador da FGV, tampouco teve pesquisa financiada pela instituição”, diz ainda a nota.

Em e-mails enviados a CNN Brasil, a professora Brigitte Wolf, da Universidade de Wüppertal, na Alemanha, disse que, por lá, Carlos Alberto Decotelli era tido como professor da FGV.

Posse do novo ministro

As polemicas envolvendo o currículo do ministro da Educação fez o Palácio do Planalto adiar a posse de Carlos Alberto Decotelli, que estava marcada para hoje.

De acordo com o colunista Lauro Jardim, do O Globo., o presidente Jair Bolsonaro teria ordenado que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) faça uma rechecagem do currículo de Decotelli.

Desde que foi anunciado para assumir a vaga de Abraham Weintraub, Decotelli passou a ter as informações de seu currículo questionadas.

A mais recente surgiu nesta segunda-feira. 29. A Universidade de Wüppertal, na Alemanha, negou que Carlos Alberto Decotelli estudou por dois anos na instituição, como consta no Lattes do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

O presidente Jair Bolsonaro com o novo Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli
Créditos: Marcos Corrêa/PR
O presidente Jair Bolsonaro com o novo Ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli

Segundo a universidade alemã, o novo ministro do MEC conduziu pesquisas na instituição por um período de três meses em 2016, mas sem concluir qualquer programa de pós-doutoramento.

Um dia pós de ser anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro como ministro, Carlos Alberto Decotelli teve o título de doutor questionado pelo reitor da Universidade Nacional de Rosário.

“Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, ele não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar”, disse Franco Bartolacci.