Fiéis pobres doaram milhões à associação do padre Robson
Investigadores apuram como pessoas sem recursos financeiros faziam doações milionárias à organização religiosa
A Superintendência de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado de Goiás afirma que a cada dez doações à Associação dos Filhos do Pai Eterno (Afipe) consideradas suspeitas, oito têm irregularidades confirmadas.
Os investigadores que apuram irregularidades envolvendo a Afipe e o padre Robson apresentaram relatório ao “Fantástico”.
Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), o padre Robson e a associação transferiram, em três anos, cerca de R$ 120 milhões para empresas e pessoas supostamente laranjas.
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Ainda de acordo com o MP, padre Robson teria utilizado milhões das doações dos fieis para comprar imóveis de luxo, como fazenda de 6,3 milhões de reais e uma casa na praia de Guarajuba (BA) de 3 milhões de reais.
Operação Vendilhões
No fim de agosto, foi deflagrada a Operação Vendilhões, devido a esses diversos negócios atípicos da entidade, como a compra de uma fazenda avaliada em R$ 100 milhões.
Padre Robson criou, além da Afipe, outras duas associações que, juntas, movimentaram mais de R$ 2 bilhões. A suspeita é de que as empresas de fachadas desviavam recursos provenientes de doações e usadas para lavar dinheiro.
No início deste mês, em decisão unânime, o Tribunal de Justiça de Goiás inocentou o padre Robson das acusações de lavagem de dinheiro.
Com a decisão da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás, o processo foi arquivado, pois o órgão entendeu que não houve qualquer ato ilícito praticado pelo religioso.