Filme vai retratar o povo Pataxó e os desafios da mulher indígena
Com o objetivo de viabilizar o projeto, foi criada uma vaquinha online, que busca arrecadar dinheiro para a aldeia e para o documentário
Onde estão as histórias das mulheres indígenas no contexto urbano? Quais são os espaços de visibilidade que elas têm dentro da sociedade? Foi com esse intuito que nasceu o projeto Jokana Xôhã: a partir da urgência de criar espaços onde a voz dos povos indígenas seja ouvida, sobretudo das mulheres indígenas.
A iniciativa foi idealizada por Márcia Camargo, em parceria com as indígenas Tamikuã Pataxó e Arypotxê Pataxó, e a artista Mari Rosa. O “Jokana Xôhã – Grito da Aldeia Mãe, o filme” é um documentário que irá retratar o dia a dia da aldeia do povo Pataxó e os os desafios de ser mulher indígena no contexto brasileiro.
Por meio da narrativa contada pelas mulheres Pataxós, o filme busca conscientizar a população urbana e mobilizar as pessoas para colaborarem com os projetos e as formas de subsistência dessas mulheres, melhorando suas condições e as aldeias as quais elas pertencem.
Para ser viabilizado, o documentário precisa da sua ajuda em uma campanha de financiamento coletivo. Quer colaborar? Clique neste link.
O dinheiro arrecadado será usado em três etapas:
- A primeira etapa é a construção de uma farinheira para que o povo Pataxó possa produzir e comercializar seus produtos derivados da mandioca;
- A segunda etapa do projeto é a reconstrução da Oca Sagrada, que foi destruída pelo incêndio criminoso na madrugada do dia 13 de novembro. É um espaço de rituais sagrados e atividades culturais importantes para o povo Pataxó da Aldeia Mãe;
- A terceira etapa, que será produzida paralelamente às etapas anteriores, visa a criação de um documentário sobre a vida e o dia a dia das mulheres Pataxós e a importância da visibilidade dessas indígenas em um cenário nacional.
Assista ao teaser do filme:
As mulheres Pataxós
As mulheres Pataxós carregam histórias de massacres, da falta de demarcação das suas terras e sofrem com a invasão de homens brancos querendo se apropriar de seus corpos. São guerreiras que continuam sua luta diária por meio da venda de artesanatos, tendo que caminhar, em média, 12 km por dia com seus bebês e idosas para sobreviverem.
Uma das principais fontes de sustento das famílias Pataxós é a comercialização dos produtos nativos da região, como a mandioca, por exemplo, e tudo que se deriva dela: tapioca, farinha de puba, goma, beiju, etc. Com a construção de uma farinheira própria, esses alimentos serão produzidos com mais autonomia, mais rapidamente e em maiores quantidades. Consequentemente, aumentará a renda dessas famílias, além de garantir melhoria na sua subsistência.
Alguns desses produtos fazem parte de rituais importantes, como o Awê, ritual de Lua Cheia, onde, nesse dia, são as crianças que produzem os alimentos. Esse ritual sempre acontece na Oca Sagrada, local onde são realizados rituais de extrema importância e diversas atividades culturais. No entanto, a Oca foi incendiada na madrugada do dia 13 de novembro, em um ato criminoso.