Flávio Bolsonaro não gravará mais depoimentos
Vazamento dos vídeos fizeram os advogados do senador pedir a apuração e recusar a gravação de novos depoimentos
Defesa de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou que o senador não gravará novos depoimentos em vídeo devido aos vazamentos referentes ao inquérito das “rachadinhas”. Os advogados filho do presidente também pediram a apuração do caso ao Ministério Público Federal (MPF).
Em nota, a defesa diz estar perplexa com o “vazamento das peças e áudios do procedimento que tramita sob sigilo”.
Leia, abaixo, o texto dos advogados:
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A defesa do senador Flávio Bolsonaro tem recebido com perplexidade as notícias de vazamento das peças e áudios do procedimento que tramita sob sigilo, o qual é reforçado e afiançado às partes, pelos próprios membros do Ministério Público, ao início de cada ato processual.
Em tendo sido provada a ineficiência do sigilo imposto judicialmente à investigação, esclarece a defesa que a partir deste momento não serão mais permitidos os registros audiovisuais do Senador durante as suas manifestações procedimentais, além do que ainda esta semana representará aos órgãos de correição do MPF para que apure a falta e o delito, se houver.
“Rachadinha”
O Ministério Público do Rio de Janeiro investiga o possível esquema de rachadinha – quando servidores devolvem parte do salário para o parlamentar – no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do estado, desde 2018.
O órgão já disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.
Na semana passada, MP-RJ apontou que Fabrício Queiroz fez pagamentos em dinheiro de mensalidades escolares e plano de saúde das filhas do senador Flávio Bolsonaro, que totalizam R$ 261 mil.
Documento obtido pela TV Globo revela que 116 boletos foram quitados em espécie. Pelo menos dois deles, de mensalidades de um colégio no Rio –R$ 3.382,27 e R$ 3.560,28 em outubro de 2018–, foram comprovadamente pagos por Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, segundo o MP.
Esses pagamentos seriam mais um indício da “rachadinha” praticada no gabinete de Flávio Bolsonaro na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) quando ele era deputado estadual.
De acordo com investigações, a devolução de salários era lavada por uma loja de chocolate e investimentos em imóveis. As investigações acreditam que Flávio é líder da organização criminosa e Queiroz é uma espécie de operador financeiro.
“A análise de suas atividades bancárias permitiu ao Gaecc/MPRJ comprovar que Fabrício Queiroz também transferia parte dos recursos ilícitos desviados da Alerj diretamente ao patrimônio familiar do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, mediante depósitos bancários e pagamentos de despesas pessoais do parlamentar e de sua família”, diz trecho da decisão que ordenou a prisão de Fabrício Queiroz.