Geraldo Azevedo admite erro e nega que Mourão o tenha torturado

Preso e torturado na época da ditadura, cantor se disse indignado com brasileiros

Preso na Ditadura, Geraldo Azevedo diz que Mourão era torturador
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Preso na Ditadura, Geraldo Azevedo diz que Mourão era torturador

Em uma apresentação em Jacobina, na Bahia, no último sábado (21), o cantor e compositor Geraldo Azevedo fez duras críticas ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, o general Hamilton Mourão. “Eu fui preso duas vezes na ditadura, fui torturado, você não sabe o que é tortura, não. Esse Mourão era um dos torturadores lá”, afirmou o artista pernambucano.

O cantor, no entanto, errou nos cálculos: Azevedo, segundo nota de sua assessoria de imprensa, foi sequestrado e torturado em 1969 e 1974. Mas Mourão não estava entre os responsáveis pela violência. Em 1969, o general tinha 16 anos.

“Geraldo Azevedo se desculpa pelo transtorno causado por seu equívoco e reafirma sua opinião de que não há espaço, no Brasil de hoje, para a volta de um regime que tem a tortura como política de Estado e que cerceia as liberdades individuais e de imprensa”, diz a nota.

Ao jornal “O Globo”, Mourão afirmou: “Esse cara bebeu (Azevedo). Observe que, em 1969, eu estava no Colégio Militar, em Porto Alegre, no 1º ano do 2º grau [ensino médio]”.

Autor de sucessos como “Dia Branco” e “Táxi Lunar”, Geraldo Azevedo fez parte de um grupo de artistas que se opunham ao regime militar, período que foi de 1964 a 1985. Na época, ele ficou responsável por recolher assinaturas para o manifesto contra a censura.

Geraldo também disse não entender os brasileiros que apoiam Bolsonaro e descreveu um sentimento de indignação em relação com o que pode acontecer com o Brasil. “Eu não sei porque o brasileiro está tão insensato em apoiar um cara que instiga o ódio, a violência e ainda assume a tortura. A gente tem que evoluir”, declarou em meio a gritos de “Ele não” vindos da plateia.

Confira o discurso durante o show: