Governadores superam Bolsonaro em pesquisa sobre atuação contra coronavírus

Diante da crise do coronavírus que se espalha por todo o Brasil, o presidente Jair Bolsonaro protagoniza um desgaste político sem precedentes.

Em meio às medidas de prevenção adotadas pelos estados, o mandatário entrou, definitivamente, em rota de colisão com os governadores. Mas quem perde com isso, aparentemente, é o próprio presidente.

É o que mostra pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira, 23, que quis saber sobre a condução da crise do coronavírus. E neste quesito, Bolsonaro é pior avaliado que os dirigentes estaduais.

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O levantamento ouviu 1.558 pessoas de 18 a 20 março, por telefone, e tem margem de erro de três pontos para mais ou para menos.

Bolsonaro tem aprovação de 35% da população quando questionada sobre a gestão da pandemia. Já os governadores tem avaliação ‘ótima’ ou ‘boa’ para 54%. Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, também recebeu avaliação superior ao do presidente, com 55 % de aprovação.

Bolsonaro em xeque

É possível dizer que a rejeição ao presidente é reflexo de sua postura omissa ao combate da pandemia. Desde que o coronavírus se espalhou pelo país, o presidente protagonizou inúmeros episódios polêmicos nas últimas semanas. Seja minizando o risco da doença ou insistindo que haja “histeria” por parte da mídia na divulgação de notícias.

Semanas atrás, no início da propagação do vírus pelo país, Bolsonaro foi às redes sociais desaconselhar a realização das manifestações a seu favor.

No dia 15, entretanto, participou de ato e abraçou pessoas mesmo sob recomendação de isolamento após viagem aos EUA.

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População condena atitudes

Atitudes que renderam críticas ao presidente. Quando consultados  se há “histeria” sobre o novocoronavírus, 34% concordam com Bolsonaro, 54% discordam, 3% não concordam nem discordam e 8% não tem opinião sobre o assunto

Sobre sua participação na manifestação do último dia  15, Bolsonaro foi reprovado por 68% dos conulstados, aprovado por 27%, enquanto 4% não opinaram.

E, apesar da pouca importância dada à doença pelo presidente, o levantamento da Folha mostra que a população teme o cenário de emergência sanitária causada pela pandemia. 88% crê se tratar de uma questão séria.