Homofobia barra integrante do Faith No More e namorado do Youtube
A plataforma alegou "violação sexual", porém, os fãs apontam homofobia como o principal motivo da remoção
No último domingo, 24, Roddy Bottum, integrante e tecladista da banda de rock norte-americana Faith No More, contou para seus seguidores no twitter que o clipe da música “Man on Man”, feita por seu duo com o namorado foi removido do Youtube com a alegação de “violações sexuais”. No vídeo, Roddy e companheiro aparecem usando cuecas brancas, o que foi apontado por muitas pessoas como homofobia.
“Por razões desconhecidas, o vídeo MAN ON MAN de DADDY foi removido pelo YouTube por violações sexuais. Está no nosso canal no Instagram agora”, disse o músico.
A produção foi inspirada na relação de Roddy com Joey Holman, seu namorado e parceiro no duo. Os dois aproveitaram a inspiração adquirida no período de quarentena para colocar o projeto na rua. “A declaração da música e do vídeo de ‘Daddy’ talvez seja uma celebração do amor isoladamente e é uma carta de amor para o passado não tão distante de um lugar e hora em que nos comunicamos fisicamente com nossa comunidade queer ”, conta Roddy.
Os fãs não pouparam palavras para descrever a situação. “Já vi coisas piores no YouTube do que duas pessoas dividindo sua arte e seu amor. Alguém provavelmente reclamou que são dois homens, como se não estivéssemos em 2020. Que bom que você encontrou outro lugar para publicar. Música excelente e vídeo incrível”, pontuou um fã. “Como assim assistir duas pessoas apaixonadas é uma violação sexual? 2020 está errado”, disse outro internauta.
Assista o clipe de Daddy no instagram do duo Man on Man. Vídeo abaixo:
Como denunciar homofobia?
O caso de Luiz Carlos está longe de ser algo isolado no Brasil. Com uma morte a cada 23 horas de uma pessoa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, trans e travestis) e no topo do ranking de mortes de transexuais, é inegável que exista homofobia e transfobia no país.
Esses números, que já são assustadores, podem ser ainda piores! Isso porque não há informações estatísticas governamentais sobre tais mortes e os dados são obtidos pelo Grupo Gay da Bahia (GGB).
A ONG faz o levantamento com base em notícias em veículos de comunicação, informações de parentes das vítimas e registros policiais, mas adverte que tais números podem apresentar uma margem de erro de 5 a 10%.
Em alguns casos, a discriminação pode ser discreta e sutil, como negar-se a prestar serviços. Não contratar ou barrar promoções no trabalho e dar tratamento desigual a LGBT são atos homofóbicos também.
Mas muitas vezes o preconceito se torna evidente com agressões verbais, físicas e morais, chegando a ameaças e tentativas de assassinato.
Qualquer que seja a forma de discriminação, é importante que a vítima denuncie o ocorrido. A orientação sexual ou a identidade de gênero não deve, em hipótese alguma, ser motivo para o tratamento degradante de um ser humano.
Homofobia é crime e precisa ser denunciado! Confira aqui como fazer.