Instituto apoia jovens que vivem em serviços de acolhimento

Um dos programas da ONG, o "Grupo Nós" de Sorocaba procura voluntários para dar auxílio individual a cada adolescente que sairá desses locais aos 18 anos

Por: Redação
A organização visa contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes
Créditos: Instituto Fazendo História
A organização visa contribuir com o desenvolvimento de crianças e adolescentes

“Meu nome é Fernando, eu tenho 23 anos. Eu fui tirado da minha família com um ano de idade. Então, eu cresci no abrigo de um a 18 anos. Cada criança tem uma história; ela é deixada no abrigo, onde é cuidada. Ali vai ser o lar dela, onde ela vai crescer até ser adotada ou ficar até os 18 anos ou até mesmo voltar para a família. Eu acho que o maior medo de quem vai sair do abrigo é talvez se sentir sozinho porque lá dentro a gente está acostumado com bastante gente. E quando sai a gente sabe: ‘como vou pagar as contas? como vou pagar o aluguel? como vai ser lá fora?'”.

O relato acima é de Fernando Ribeiro, que recebeu o apoio do Instituto Fazendo História, uma ONG fundada em 2005 com o objetivo de lutar pelos direitos de jovens separados de suas famílias. Assim como ele vivenciou, 40 mil crianças e adolescentes moram em serviços de acolhimento no Brasil, e, se não voltarem para suas casas ou não forem adotados, precisarão deixar essas instituições ao completarem 18 anos.

Um dos programas da ONG, o “Grupo Nós” (saiba mais abaixo) está com inscrições abertas para voluntariado em Sorocaba, no interior de São Paulo. Corra para se inscrever por meio deste link! A apresentação do programa “Adolescência e Autonomia” já é na próxima quarta-feira, 5 de fevereiro, das 17h30 às 18h30.

O instituto, sediado em São Paulo e com atuação em mais de 10 estados do país, nasceu justamente da percepção de que essas crianças e adolescentes, que moram temporariamente em centros de acolhimento, precisam de um olhar e atendimento individualizado e profissional para que possam crescer e se desenvolver nessa etapa de suas vidas.

Como missão, a organização visa contribuir com o desenvolvimento desses jovens, a fim de fortalecê-los para que se apropriem e transformem suas histórias. “O instituto entende que toda criança e adolescente tem o direito de se desenvolver plenamente, em família e na comunidade e atua a partir em 5 principais valores: compromisso com as crianças e adolescentes, direito às histórias de vida, franqueza nas relações, compartilhar conhecimento e trabalho voluntário qualificado”, ressalta a instituição.

O instituto conta com diferentes programas, que incluem doações e também apadrinhamento financeiro e afetivo
Créditos: Instituto Fazendo História
O instituto conta com diferentes programas, que incluem doações e também apadrinhamento financeiro e afetivo

Programas

O instituto criou diferentes programas, que incluem doações e também apadrinhamento financeiro e afetivo (se você quiser colaborar, saiba mais no site). Entre eles, há o “Grupo Nós”, que apoia e acompanha os adolescentes no processo de desligamento do serviço de acolhimento e transição para a vida autônoma.

No Brasil, há 4.151 adolescentes entre 16 a 17 anos que vivem em serviços de acolhimento institucional, segundo dados do Censo SUAS 2014. Deste número, uma grande parte, ao atingir a maioridade e sair desses locais, precisa enfrentar os desafios de uma nova etapa da vida cheia de responsabilidades, com pouco ou nenhum suporte de pessoas, organizações ou políticas públicas.

O “Grupo Nós” forma um grupo de jovens, que se encontram todos os meses para trabalhar questões importantes nessa fase. Além disso, conta com a formação e o acompanhamento de voluntários que possam oferecer um apoio individual para cada adolescente, exercendo o papel de “tutores”. Em Sorocaba (SP), o projeto “Adolescência e Autonomia” abriu inscrições para quem tem interesse em exercer o papel de tutor.

De acordo com o Instituto Fazendo História, um desligamento bem sucedido é decorrente de um grande trabalho da rede e do jovem. Para isso, a aquisição de habilidades práticas (gerir dinheiro, cuidar da casa, fazer comida e trabalhar) e o acesso a informações importantes para esse momento da vida (benefícios disponíveis, alternativas de moradia e possibilidades de emprego) deve ser gradual, com espaços para experimentações e acompanhamento das questões emergentes.

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