Internautas se passam por pacientes com covid-19 curados pela cloroquina

Alerta de fake news: se você vir alguém dizendo que o primo Antonio Marcos, de 67 anos, foi curado do coronavírus com o medicamento, já sabe

09/04/2020 11:53

Um grupo de internautas bolsonaristas começou a se passar por pacientes infectados com o novo coronavírus que haviam se curado a partir do uso da cloroquina em seu tratamento. Os relatos se tratam de uma fake news que visa ajudar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a disseminar a ideia de que a covid-19 pode ser tratada com o medicamento.

“CURADO POR CLOROQUINA. Acabei de sair do Hospital Unimed da Barra, onde meu primo Antonio Carlos de 67 anos, há 16 dias foi detectado com o COVID-19 e hoje após tratamento com CLOROQUNA, está CURADO”, diz o comunicado de dezenas de internautas que, aparentemente, têm um mesmo primo chamado Antonio Carlos. O post ainda convoca a emissora Record, queridinha de Bolsonaro. “@recordtvrio se houver interesse, vamos marcar uma entrevista e comprovar tudo”.

Internautas se passam por pacientes curados de covid-19 pela cloroquina
Internautas se passam por pacientes curados de covid-19 pela cloroquina - reprodução/Twitter
Internautas se passam por pacientes curados de covid-19 pela cloroquina
Internautas se passam por pacientes curados de covid-19 pela cloroquina - reprodução/Twitter
Internautas se passam por pacientes curados de covid-19 pela cloroquina
Internautas se passam por pacientes curados de covid-19 pela cloroquina - reprodução/Twitter

O que diz o Ministério da Saúde sobre o uso cloroquina no combate à covid-19?

Em fase inicial de testes, a cloroquina ainda não é recomendada para o tratamento da covid-19. As experiências ainda são inconclusivas a respeito do medicamento.

Porém, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) insiste em recomendá-la, com base na fala de médicos de sua confiança.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em coletiva de imprensa, afirmou que é de responsabilidade do médico o uso de cloroquina em casos leves do novo coronavírus.

“No momento, o que a gente faz é disponibilizar para aqueles pacientes de gravidade média e avançada. E a prescrição médica no Brasil, a caneta e o CRM do médico, está na mão dele”, disse Mandetta. “E se ele se responsabilizar individualmente, não tem óbice nenhum, ninguém vai reter receita de ninguém”, completou.