Jovem demitido por episódio racista no Leblon é filho da dona da loja

A papelaria anunciou a demissão sem mencionar que ele era filho da dona da empresa

16/06/2021 16:42

Um dos dois jovens que foram demitidos por acusar o professor de surfe Matheus Ribeiro, de 22 anos, de furtar uma bicicleta elétrica trabalhava na loja da mãe. Na ocasião do desligamento, devido a repercussão negativa do caso, esse fato não foi mencionado pela empresa.

Jovem demitido por episódio racista no Leblon é filho da dona da loja
Jovem demitido por episódio racista no Leblon é filho da dona da loja - Reprodução/Instagram

O episódio ocorreu no último sábado, 12, no Leblon, zona sul do Rio. Ribeiro esperava a namorada quando foi abordado pelo casal. Ele gravou a cena e postou em seu perfil no Instagram.

“Eles não conseguem entender como você está ali sem ter roubado dele, não importa o quanto você prove”, escreveu. “Ela não tem ideia de quem levou sua bicicleta, mas a primeira coisa que vem a sua cabeça é que algum neguinho levou.”

Ribeiro fez um boletim de ocorrência e caso é investigado pela 14ª DP.

O instrutor precisou provar ser o verdadeiro dono, mostrando fotos antigas e a chave do cadeado
O instrutor precisou provar ser o verdadeiro dono, mostrando fotos antigas e a chave do cadeado - Reprodução/Instagram

Como denunciar racismo

Casos como esses estão longe de serem raros no Brasil. Para que eles diminuam, é fundamental que o criminoso seja denunciado, já que racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89. Muitas vezes não sabemos o que fazer diante de uma situação como essa, nem como denunciar, e o caso acaba passando batido.

Para começar, é preciso entender que a legislação define como crime a discriminação pela raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, prevendo punição de 1 a 5 anos de prisão e multa aos infratores.

A denúncia pode ser feita tanto pela internet, quanto em delegacias comuns e nas que prestam serviços direcionados a crimes raciais, como as Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que funcionam em São Paulo e no Rio de Janeiro.