Jovem trans espancada e morta em SP sofria bullying na escola
A polícia busca testemunhas e realiza diligências para tentar localizar o principal suspeito, que está foragido
A jovem Lorena Vicente, de 23 anos, morreu na última terça-feira, 15, depois de ser espancada no Jardim São Luís, na Zona Sul de São Paulo. A polícia ainda investiga o crime, mas a suspeita é de que um tio de uma amiga dela, que está foragido, seja o assassino.
De acordo com apuração do site Universa, o boletim de ocorrência não respeita o nome social da vítima, um direito garantido por lei municipal, e nem a delegacia responsável, nem a Secretaria de Segurança Pública (SSP) souberam informar se o crime está sendo investigado como transfobia.
Lorena estava prestes a concluir o ensino médio por meio do programa Ensino Para Jovens e Adultos (EJA) e segundo o professor de História da jovem, Severino Honorato, ela era alvo de bullying na escola por ser transexual, mas insistia na educação para realizar o sonho de ser médica.
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“Ela queria ser médica, mas sabia que era difícil. As pessoas transexuais não têm oportunidade, você não vê médico transexual, advogado transexual… A sociedade as vê como pestes, mas ela ia atrás, queria viver o sonho dela”, afirmou em entrevista ao Universa.
Na última quarta-feira, 16, a jovem foi homenageada na escola, que também recebeu a deputada estadual Érica Malunguinho (PSOL-SP), defensora dos direitos da população LGBT.
Segunda tragédia na família
Em novembro de 2017, o irmão de Lorena, Petherson Roberto dos Santos, foi espancado e morto ao tentar defendê-la de um episódio de transfobia em uma praça do bairro onde moravam. O autor desse assassinato foi preso.
Violência contra transexuais
De acordo com um levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), feito em conjunto com o Instituto Brasileiro Trans de Educação (IBTE), no ano de 2018, ocorreram 163 assassinatos de pessoas trans, sendo 158 travestis e mulheres transexuais, 4 Homens trans e 1 pessoa não-binária.