Kassab é alvo da PF por suspeita de receber R$ 58 mi da JBS
Em nota, o ministro disse que "seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público"
Um imóvel do ministro de Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, é alvo de mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira, 19, pela Polícia Federal (PF), em São Paulo. Há suspeitas de que executivos do frigorífico JBS repassaram R$ 58 milhões ao político e ao PSD, partido fundado por ele. A ordem judicial foi expedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
A investigação teve início após executivos da JBS Wesley Batista e Ricardo Saud narrarem, em delação premiada, pagamentos feitos a Kassab em troca de apoio político enquanto ele era prefeito de São Paulo e depois como ministro.
De acordo com o documento enviado pela PGR ao Supremo, o político teria recebido uma mesada de R$ 350 mil entre 2010 e 2016. No total, o valor teria chegado a R$ 30 milhões. Os outros R$ 28 milhões foram pagos ao PSD, que foi presidido pelo ministro.
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Segundo os delatores, os repasses mensais tinham como objetivo “eventual influência política futura em demandas de interesse da JBS”. A ação tem relação com investigações envolvendo o grupo J&F, que controla a JBS.
Em nota, Kassab disse que “seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público”. “O ministro confia na Justiça brasileira, no Ministério Público e na imprensa, sabe que as pessoas que estão na vida pública estão corretamente sujeitas à especial atenção do Judiciário, reforça que está sempre à disposição para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários, ressalta que todos os seus atos seguiram a legislação e foram pautados pelo interesse público”, afirma o comunicado.
Kassab foi nomeado secretário da Casa Civil do governador eleito de São Paulo, João Doria (PSDB). Ele foi prefeito de São Paulo entre 2006 e 2012.