Luzes da cidade
Foi a regulamentação da lei Cidade Limpa que despertou em Daniel Bernardinelli o interesse em manter registrada uma das características marcantes de São Paulo, os neons espalhados nos mais diversos letreiros da cidade.
De formas variadas e cores fortes, o show pirotécnico foi fotografado propositalmente em ângulos diferentes, causando em alguns momentos uma descaracterização do material. As fotos podem ser vistas na exposição “Neon Marginal” que ocupa a Sala Especial do Museu de Santo André Dr. Octaviano Armando Gaiarsa, até dia 30 de maio.
São 63 imagens, em diferentes tamanhos, incluindo uma diagramação ao estilo Polaroid. Para preparar o projeto, fez uma pesquisa com amigos, Internet e caminhadas pela cidade e mapeou as fachadas que refletiam as luzes coloridas. “Comecei pela rua Augusta que sempre foi uma referência e pelos lugares que considerava mais interessantes”, conta.
Para ele, o neon ainda tem uma outra peculiaridade. Criado em 1923, nos Estados Unidos foi a primeira junção entre a publicidade e a arte. “O ápice do neon por aqui aconteceu nos anos 80, e agora, com essa lei, muitos lugares estão desativando os letreiros. A minha intenção é preservar a memória artística”, reflete.
Com novas ideias, Daniel quer seguir em frente com o projeto. “A intenção é desbravar os neons em outras cidades do mundo e do Brasil e finalizar com a publicação de um livro com todos os registros interessantes”, conclui.
