Desempregado, Mauricio Souza do vôlei publica beijo hetero entre heróis
Uma de suas postagens homofóbicas, jogador havia criticado beijo bissexual do Super-Homem em HQ
Mauricio Souza, ex-jogador de vôlei do Minas Tênis Clube, usou sua conta no Instagram para publicar a imagem de um beijo entre Super-Homem e Mulher-Maravilha em alusão à sua demissão devido a declarações homofóbicas.
A mesma cena havia sido publicada pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
Entre as publicações, o jogador publicou o beijo gay do atual Super-Homem, filho de Clark Kent. É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar”, alertou na legenda.
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Antes de ser demitido, Mauricio Souza tentou se desculpar timidamente pelas publicações, mas não foi o suficiente para conter a crise. Pouco depois de ser desligado do clube, ele voltou às redes sociais para reiterar as suas posições. Veja:
“A culpa de tudo não é do minas!”, escreveu. “A culpa é da galera que não aceita mais opinião contrária a deles, qualquer coisa falada que não seja o que eles aprovam você é homofóbico e preconceituoso fato.”
Mauricio Souza e as postagens homofóbicas
O contrato do jogador de vôlei Maurício Souza foi rescindido pelo Minas Tênis Clube na tarde da última quarta-feira, 27, depois de uma crise que começou com postagens homofóbicas que o atleta costuma fazer nas redes sociais.
Patrocinadores do clube pediram retratação pediram que o jogador se retratasse. Ele chegou a pedir desculpas, mas não foi o suficiente para amenizar a tensão.
“Pessoal, após conversar com meus familiares, colegas e diretoria do clube, pensei muito sobre as últimas publicações que eu fiz no meu perfil. Estou indo a público pedir desculpas a todos a quem desrespeitei ou ofendi, esta não foi a minha intenção”, escreveu.
Veja algumas das postagens do jogador:
Transfobia é crime!
Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.
Homofobia é crime!
Em junho de 2019, o Supremo Tribunal Federal decidiu que o crime de homofobia deve ser equiparado ao de racismo. Os magistrados entenderam que houve omissão inconstitucional do Congresso Nacional por não editar lei que criminalize atos de homofobia e de transfobia. Por isso, coube ao Supremo aplicar a lei do racismo para preencher esse espaço.
Como denunciar pela internet
Em casos de homofobia em páginas da internet ou em redes sociais, é necessário que o usuário acesse o portal da Safernet e escolha o motivo da denúncia.
Feito isso, o próximo passo é enviar o link do site em que o crime foi cometido e resumir a denúncia. Aproveite e tire prints da tela para que você possa comprovar o crime. Depois disso, é gerado um número de protocolo para acompanhar o processo.
Há aplicativos que também auxiliam na denúncia de casos de homofobia. O Todxs é o primeiro aplicativo brasileiro que compila informações sobre a comunidade, como mapa da LGBTfobia, consulta de organizações de proteção e de leis que defendem a comunidade LGBT.
Pelo aplicativo também é possível fazer denúncias de casos de homofobia e transfobia, além de avaliar o atendimento policial. A startup possui parceria com o Ministério da Transparência-Controladoria Geral da União (CGU), órgão de fiscalização do Governo Federal, onde as denúncias contribuem para a construção de políticas públicas.
Com a criminalização aprovada pelo STF, o aplicativo Oi Advogado, pensado para conectar pessoas a advogados, por exemplo, criou uma funcionalidade que ajuda a localizar especialistas para denunciar crimes de homofobia.
Delegacias
Toda delegacia tem o dever de atender as vítimas de homofobia e de buscar por justiça. Nesses casos, é necessário registrar um Boletim de Ocorrência e buscar a ajuda de possíveis testemunhas na luta judicial a ser iniciada.
As denúncias podem ser feitas também pelo 190 (número da Polícia Militar) e pelo Disque 100 (Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos).