#MiriamLeitaoTerroristaSim ganha força com uso de robôs

Hashtag propaga com irresponsabilidade fake news sobre a jornalista

Bolsonaristas e robôs (bots de perfis falsos) entraram em ação na madrugada deste domingo, 21, para reforçar a fake news difundida pelo presidente Jair Bolsonaro e atacar a jornalista Miriam Leitão, da GloboNews. Com a ação em massa, a hashtag #MiriamLeitaoTerroristaSim chegou aos Trending Topics do Twitter.

Miriam Leitão em foto quando foi presa durante a ditadura militar
Créditos: reprodução
Miriam Leitão em foto quando foi presa durante a ditadura militar

Ao contrário do que afirmou Bolsonaro, Miriam Leitão nunca teve qualquer participação na luta armada ou cogitou em ir para a Guerrilha do Araguaia, o que a classificaria como uma terrorista.

Na verdade, a jornalista foi presa em 1972, aos 19 anos de idade, quando era universitária e filiada ao PCdoB. Na época, ela distribuía panfletos e fazia pichação em muros com críticas à ditadura.

Mesmo grávida, ela foi presa e torturada por três meses no 38º Batalhão de Infantaria do Exército, instalado no Forte de Piratininga, em Vila Velha (ES). Confira aqui esse episodio de sua vida, relatado pela própria Miriam.

Diante das declarações falsas do presidente, a imprensa saiu em defesa da jornalista. O Jornal Nacional, da Globo, declarou uma nota de repúdio contra a atitude de Jair Bolsonaro. Ao vivo, a âncora Renata Vasconcellos leu a declaração. Veja aqui.

Essa não é primeira vez que Miriam Leitão é vítima de fake news e ataques na internet alimentados por robôs. Ainda no início deste mês, uma foto que mostra a jornalista sendo presa durante a ditadura militar sugere que a funcionária da Globo assaltou um banco portando um revólver, e que teria roubado o que seria hoje o equivalente a R$ 800 mil.