Modelo trans é agredida dentro do próprio apartamento no Rio
Após a repercussão do caso, famosos divulgaram a “vaquinha virtual” para que Alice Felis possa pagar o tratamento
A transexual Alice Felis, de 25 anos, usou seu perfil no Instagram para relatar a agressão que sofreu dentro do seu apartamento em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, no último domingo, 16.
Em uma série de vídeos, a modelo diz que um homem invadiu o local, a agrediu, tentou esfaqueá-la e fugiu com cerca de R$ 3 mil. As informações são do jornal Extra.
“Veio, me bateu, tentou me esfaquear. Pedi para que ele não me esfaqueasse”, disse Alice. A modelo teve mandíbula, nariz e dentes quebrados. Ela mostrou ainda o apartamento completamente revirado e com muito sangue espalhado pelos cômodos.
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“Ele levou o único dinheiro que eu tinha. Não tenho dinheiro para nada. E ainda me ameaçou dizendo que não era para eu ficar no Rio. Se ficasse, ia me matar de verdade”, conta a modelo trans.
A Polícia Civil investiga o caso e já ouviu o depoimento de Alice Felis. A modelo também fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML).
Uma campanha na internet tenta ajudar Alice. Até o momento, a “vaquinha” virtual já tinha angariado R$ 66 mil, valor acima da meta proposta que é de R$ 60 mil.
Após a repercussão do caso, vários famosos apoiaram Alice e divulgaram a campanha de arrecadação para que ela possa pagar o tratamento. Entre eles estão Kéfera, Felipe Neto, Pabllo Vittar , Preta Gil e Marília Mendonça.
Transfobia é crime!
Apesar de transfobia e homofobia não serem a mesma coisa – um diz respeito à violência contra a identidade de gênero e o outro à orientação sexual – a criminalização da homofobia pelo STF, em junho de 2019, se estende a toda comunidade LGBT e também equipara atos transfóbicos ao crime de racismo. Nesta matéria aqui, explicamos como denunciar esse tipo de crime.
Mulheres trans e Lei Maria da Penha
Outra lei que protege as mulheres trans, em especial, da transfobia é a Lei Maria da Penha. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em maio de 2019, um projeto que inclui mulheres transgêneras e travestis na Lei de proteção à mulher.
A proposta altera um artigo da lei que diz “toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião” não pode sofrer violência, incluindo o termo “identidade de gênero”. A proposta está parada na Câmara e especialistas preveem que caráter mais conservador dos Deputados será um obstáculo.
Entretanto, há casos de transfobia julgados como violência doméstica. Em maio de 2018, uma decisão inédita da Justiça do Distrito Federal indicou que os casos de violência contra mulheres trans podem ser julgados na Vara de Violência Doméstica e Familiar e elas devem ser abarcadas em medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.
Veja aqui como fazer para não praticar transfobia e respeitar a identidade trans.