Moradores de Paraisópolis protestam contra PM após morte de 9 em baile
Vítimas tinham entre 14 e 23 anos; Bolsonaro lamentou "morte de inocentes" e Doria disse que polícia de SP é preparada
Neste domingo, 1º, moradores de Paraisópolis, zona sul da capital paulista, saíram às ruas para protestar contra a ação policial que ocorreu na madrugada do mesmo dia e causou a morte de nove jovens em um baile funk. Vítimas tinham entre 14 e 23 anos, e testemunhas alegaram terem sido encurraladas pela PM.
Moradores cantaram “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”, durante o ato. Em algum momento do trajeto, encontraram policiais e os chamaram de “assassinos”. O baile funk em questão é conhecido pela sigla “DZ7” e reúne de três a cinco mil pessoas de várias regiões.
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Segundo a Folha, os ânimos na favela ficaram exaltados desde a morte de um policial que ocorreu há um mês. O sargento da Força Tática Ronaldo Ruas Silva, de 52 anos, foi morto durante uma abordagem com troca de tiros no local.
Demorou só algumas horas para o governador João Doria (PSDB) elogiar a política de segurança de São Paulo após lamentar pelas redes sociais as mortes que ocorreram em Paraisópolis. Durante evento no Rio de Janeiro, disse que São Paulo tem “uma polícia preparada, equipada e bem informada”.
Ele disse ainda que não há como um lugar ter paz sem segurança e que em São Paulo “isso se faz com seriedade, planejamento, estruturação e inteligência para permitir a ação preventiva do crime, com respeito aos policiais” e reforçou o envio que fez de 178 policiais para o exterior “para aprender com quem sabe”.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira, 1º, que lamenta “a morte de inocentes” enquanto parava para cumprimentar um grupo de eleitores na porta do Palácio da Alvorada.
A Polícia Militar afirmou que não dá para saber se a ação teve uma abordagem correta, mas que algumas imagens dão sinais de abuso e tudo vai ser investigado. A PM disse também que a confusão teve início com uma perseguição de suspeitos em uma moto que resultou em troca de tiros e esses suspeitos teriam entrado no baile atirando.
No baile, jogaram pedras e garrafas na PM. Granadas de efeito moral e balas de borracha foram usadas. Mas a versão dos jovens que foram feridos e das famílias das vítimas é de que não houve perseguição.