Motoqueiro ataca mulheres ciclistas com spray de pimenta na Av. Paulista
As ciclistas precisaram interromper o percurso para se acudirem. Uma delas estava usando uma jaqueta estampada: "antigenocida social club"
Um motoqueiro atacou cerca de 40 mulheres ciclistas, do grupo “Vespas Bike Gang“, que pedalavam na Avenida Paulista, na última quarta-feira, 24, usando spray de pimenta contra elas.
No vídeo (veja ao final desta reportagem), é possível ver o motoqueiro usando um capacete vermelho e mexendo no bolso esquerdo de sua jaqueta. Logo em seguida, ele tira a mão do guidão da moto e direciona o spray para o grupo de mulheres que pedalam juntas.
O Vespas Bike Gang é um grupo de ciclistas formado só por mulheres, que se reúnem para pedalar, saindo sempre da Praça do Ciclista, no final da Avenida Paulista.
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“O legal do do Vespas é que assim, é pra toda mina, toda qualquer mulher, qualquer bike sabe? Então toda mulher é muito bem-vinda, é um coletivo que abraça todas as mulheres”, contou em entrevista à Catraca Livre, uma das integrantes do grupo, que pediu para não ter seu nome identificado por questões de segurança, visto que o motoqueiro ainda não foi identificado pelas autoridades.
Segundo ela, o trajeto realizado naquela noite, foi definido no momento em que as mulheres se encontraram, na Praça do Ciclista.
“A gente decidiu uma rota na hora. Na última quarta-feira nós saímos pra fazer um pedal e durante um esse esse percurso passou um motoqueiro pela gente e espirrou, spray de pimenta nas meninas. Pegou no meu olho, pegou na minha testa, muitas meninas ficaram com os olhos inchados, foi muita forte. A gente teve que ficar quase uma hora parada, para acionar a polícia, para se recuperar, para tentar entender o que estava acontecendo naquele momento”, relatou a jovem.
“O motoqueiro passou pela gente uma vez e aí ele fez essa volta e passou de novo. No que ele passou a segunda vez, ele já vem espirrando o spray, tanto que uma das meninas que estava no final do pelotão, o spray pegou no braço dela. O motoqueiro veio espirrando assim nas meninas. Muitas foram atingidas diretamente no olho. Sabe assim, diretamente no olho, de ficar por dias com a irritação ali, sabe? Depois teve até uma menina que foi no hospital com irritação no olho, e descobriu que foi por conta disso”, revelou a ciclista à Catraca Livre.
“Isso só aconteceu pq é um grupo de ciclismo feminino. Com um grupo masculino isso jamais aconteceria”, destacou a ciclista.
Segundo esta integrante do Vespas, nesta segunda-feira, as ciclistas se reuniram para registrar o boletim de ocorrência na delegacia.
A jovem ainda fez questão de destacar que o grupo cumpria todas as medidas sanitárias recomendadas para evitar o contágio contra a covid-19. “Nós estávamos usando máscara, todas estavam seguindo as normas, tudo bonitinho e o que nos protegeu mesmo foi a máscara, porque nós estávamos na via, na Avenida Paulista, ônibus pra cá, carro pra lá. Estávamos seguindo as normas direitinho. E aí assim, se a gente estiver sem máscara e tivesse pego mais poderia ter acontecido um acidente bem maior do que a gente pode pode imaginar”.
Em comunicado publicado na página do Vespas Bike Gang, no Instagram, as ciclistas ressaltaram que “é importante lembrar que esse ataque poderia ter desencadeado uma série de acidentes mais graves, NADA JUSTIFICA O QUE FOI FEITO CONTRA NÓS. Felizmente, estamos todas fisicamente bem, apesar de bastante abaladas.”
Ainda na publicação, as mulheres do grupo pedem ajuda para que as imagens alcancem “o maior número de pessoas possível e o culpado seja responsabilizado. Não podemos deixar esse episódio cair no esquecimento. Se você estava presente nesse dia, por favor entre em contato conosco por DM. Toda informação e apoio é importante”. Veja o vídeo abaixo: