Mulher esquartejada por companheiro no Rio era obrigada a comer fezes

Franciane desapareceu no dia 13 de setembro

08/11/2019 18:10 / Atualizado em 02/12/2019 15:38

Um caso brutal de feminicídio que veio à tona em outubro ainda tem revelado atrocidades que o companheiro de Franciane Moizes Pedro, de 27 anos, fez com ela. Franciane desapareceu no dia 13 de setembro e a queixa de seu sumiço foi feita no começo de outubro. Caso aconteceu em Miracema (RJ).

Franciane Moizes Pedro desapareceu dia 13 de setembro
Franciane Moizes Pedro desapareceu dia 13 de setembro - Reprodução/Facebook

Segundo informações do G1, no dia 22 de outubro, a Polícia Civil escavou o quintal da casa onde morava a vítima e encontrou um pano ensanguentado e com mau cheiro. As investigações apontam que o corpo chegou a ser enterrado ali.

Dias depois, a polícia encontrou ossadas enterradas em uma área rural, na divisa da cidade de Palma (MG) e Miracema. Além de esquartejada, Franciane teve o corpo incendiado e não é possível saber como ela morreu.

A investigação também descobriu que o companheiro de Franciane, Gutemberg Xavier Alves, de 42 anos, havia dado para um homem com transtorno mental carregar sacolas com partes do corpo da vítima para essa zona rural. Ele alegou ter sido enganado de que eram restos de um cachorro. Gutemberg está foragido.

Depoimentos ainda estão sendo colhidos e neles constam que o companheiro de Franciane era soropositivo, a traia e a obrigava a ver vídeos dele fazendo sexo com outras. Ela ainda teve que comer fezes enquanto era ameaçada, assim como também foi para fazer uma tatuagem com a frase “Gutemberg, eu te amo!”.

Uma das testemunhas disse que, em agosto, Gutemberg tentou enforcar a vítima com uma corda. Já foram ouvidas 20 pessoas.


Campanha #ElaNãoPediu

Nenhuma mulher “pede” para apanhar. A culpa nunca é da vítima. A campanha #ElaNãoPediu, da Catraca Livre, tem como objetivo fortalecer o enfrentamento da violência doméstica no Brasil, por meio de conteúdos e também ao facilitar o acesso à rede de apoio existente, potencializando iniciativas reconhecidas.

Como denunciar violência doméstica?

Disque 180
O Disque-Denúncia foi criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM). A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central são encaminhados ao Ministério Público.

Disque 100
O serviço pode ser considerado como “pronto socorro” dos direitos humanos pois atende também graves situações de violações que acabaram de ocorrer ou que ainda estão em curso, acionando os órgãos competentes, possibilitando o flagrante. O Disque 100 funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo sábados, domingos e feriados.

As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel (celular), bastando discar 100.

Polícia Militar (190)
A vítima ou a testemunha pode procurar uma delegacia comum, onde deve ter prioridade no atendimento ou mesmo pedir ajuda por meio do telefone 190. Nesse caso, vai uma viatura da Polícia Militar até o local. Havendo flagrante da ameaça ou agressão, o homem é levado à delegacia, registra-se a ocorrência, ouve-se a vítima e as testemunhas. Na audiência de custódia, o juiz decide se ele ficará preso ou será posto em liberdade. Mais informações sobre como denunciar.