Mulher morre na Argentina após ser estuprada e empalada
A argentina Irma Ferreyra da Rocha não resistiu aos ferimentos causados por um ataque sexual que sofreu na madrugada do último sábado, 17, na província de Misiones, Argentina.
Um morador local alertou a polícia depois de encontrar a mulher pedindo ajuda, em uma estrada vicinal. “Tinha as calças baixadas na altura dos joelhos e um ramo enfiado em uns trinta centímetros por via anal”, afirmou, por telefone, um porta-voz da polícia.
“O sangramento que sofreu ali foi determinante para a sua morte”, acrescentou. Irma foi submetida a três cirurgias, mas não resistiu e morreu na tarde do domingo, 18, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória.
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Mabel da Rocha, irmão da vítima, relatou ao jornal local Misiones On Line suas últimas horas no hospital: “Gritava de dor como um animal. Isso não vai sair nunca […] Tinha sangue no rosto, todo machucado. Eu lhe disse ‘irmã, eu te amo, tenha força’. Ela me disse ‘não aguento mais”.
O feminicídio causou comoção, mais uma vez, na Argentina, onde uma mulher é assassinada a cada 30 horas por violência machista.
Na segunda-feira, a polícia prendeu um homem de 27 anos, suspeito de ser o autor do crime. Segundo a investigação, ele mantinha um relacionamento com a vítima, que era mãe de sete filhos. Ela foi vista pela última vez em uma festa com o suspeito.
O caso de Irma remete a outra atrocidade cometida recentemente no país. Em outubro, a jovem Lucía Pérez, de 16 anos, foi brutalmente estuprada e morta na cidade costeira de Mar del Plata.
Na Argentina, uma mulher é assassinada a cada 30 horas por violência machista.
O grupo Ni Uma Menos, que organiza manifestações em repúdio à violência contra as mulheres, publicou uma nota em que destaca a crueldade desse último crime, que se soma aos mais de 230 registrados somente neste ano, segundo a ONG Casa de Encontro.
“Diante da pergunta várias vezes repetida se há mais feminicídios ou se eles agora têm visibilidade maior, repete-se aqui uma cena de um corpo torturado e mutilado: há crueldade. Não basta estuprar, não basta matar. É castigar, ir mais longe, aplicar às vítimas o terror do agressor com uma violência que não se destina apenas a matar, mas também a aterrorizar. Chama a atenção um ‘método’ da inquisição, uma prática colonial aplicada sobre o corpo das mulheres? O que fazemos diante da reiteração de um modo de matar?”, perguntam as integrantes do grupo.
“Estamos diante de uma guerra contra as mulheres. Contra todas as nossas formas de autonomia”, acrescenta o texto.
Com informações do El País