Mulher que agrediu e humilhou pessoas em padaria vira ré na Justiça

Lidiane Brandão Biezok vai responder pelos crimes de injúria racial, lesão corporal e homofobia, após ataque na Dona Deôla da Pompéia (SP)

A Justiça de São Paulo acatou o pedido do Ministério Público (MP-SP) e tornou ré a mulher que foi flagrada agredindo e humilhando clientes e funcionários de uma padaria, na capital paulista, no dia 20 de novembro. A promotora Martha de Camargo Duarte Dias denunciou Lidiane Brandão Biezok, de 45 anos, por injúria racial, lesão corporal e homofobia.

 Mulher que agrediu e humilhou pessoas em padaria vira ré na Justiça
Créditos: Reprodução/TV Globo
 Mulher que agrediu e humilhou pessoas em padaria vira ré na Justiça

Depois do ataque na padaria e a prisão em flagrante, a mulher teve a prisão convertida em domiciliar pela Justiça após alegar problemas psiquiátricos.

Em seu despacho, a juíza Carla de Oliveira Pinto Ferrari, da 20ª Vara Criminal, no Fórum da Barra Funda, manteve a prisão domiciliar da acusada.

“Quanto à alegada insanidade mental da ré em fase de inquérito, reputa-se prematura a instauração do respectivo incidente, na medida em que a maior parte dos documentos trazidos pela defesa da ré aos autos refere-se a receituários cujo conteúdo está ininteligível, sendo que alguns sequer estão datados”, ressaltou a juíza, na decisão publicada na terça-feira, 1.

Apesar da defesa de Lidiane ter alegado ‘insanidade mental’ da mulher, aa juíza também destacou que o único laudo médico que, “sequer apresenta diagnóstico”, apresenta data de 2016.

“O relatório também está ininteligível, não sendo possível nem mesmo identificar-se a data. Assim, por ora, este Juízo não tem elementos concretos que sinalizem para a adequação da instauração de incidente de insanidade mental”, reiterou Ferrari.

Quando o caso aconteceu, ao G1, Lidiane se defendeu, e alegou que foi provocada por dois clientes quando estava comendo um sanduíche. Disse que reagiu, admitindo que se excedeu e usou inclusive termos homofóbicos contra eles. A mulher ainda afirmou que não tem nada contra gays. E negou que tenha utilizado termos racistas contra as pessoas da padaria.

“Eu não tive a mínima intenção em ofender ninguém. Eu me senti acuada, me senti uma vitima ali de uma situação que eu não tinha como sair. Fui agressiva e estúpida mas não tenho nada contra homossexuais. Peço desculpas”, disse a advogada ao G1.

Não foi exatamente isso o que aconteceu. Nas primeiras imagens do caso, a mulher aparece agredindo um cliente na padaria Dona Deôla da Pompeia. Mas o início da confusão não havia sido totalmente esclarecido. Novas gravações, divulgadas pela empresa, mostraram que houve uma briga com funcionários, inclusive com outras ofensas homofóbicas. Apesar disso, Lidiane disse que foi vítima no caso e que tem sido ameaçada na internet.