Mulher que denunciou estupro de motorista de app mentiu, diz Polícia

Segundo as autoridades, a jovem inventou a história para chamar atenção da namorada

A mulher que denunciou um motorista de aplicativo por estupro, no bairro Nova Cidade Jardim, em Jundiaí (SP), mentiu para chamar a atenção da namorada, confirmou a Polícia Civil, nesta terça-feira, 21. As informações foram obtidas pelo portal ‘G1’.

Mulher que denunciou estupro de motorista de app mentiu, diz Polícia
Créditos: Reprodução/Facebook
Mulher que denunciou estupro de motorista de app mentiu, diz Polícia

A mulher se dizia vítima do estupro por não ter pago uma corrida no valor de R$ 15,30. Ela registrou a queixa na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e contou a verdade depois de ser confrontada com novas informações pelos investigadores.

A polícia já havia pedido a prisão preventiva do homem, medida que será revogada. A esposa dele contou a polícia que estava na companhia do marido, no dia e na hora em que foi informado que teria acontecido o crime.

O nome da mulher não foi divulgado, apenas que ela tem de 18 anos e foi indiciada por falsa comunicação de crime, denunciação caluniosa e fraude processual.

Entenda o caso

A jovem fez a denúncia falsa no dia 13 de janeiro e contou, de acordo com as informações do boletim de ocorrência, que no dia 11, pela manhã, um carro parou ao lado dela e o motorista a teria ameaçado com uma arma, a obrigando entrar no carro.Em seguida, ele teria dirigido até um local de baixa movimentação e a estuprado.

Depois do ato, a suposta vítima contou que teria sido largada em um terreno baldio, e ao ser resgatada foi levada para um hospital realizar os procedimentos médicos padrão para este tipo de situação , ou seja, tomar os remédios contra doenças sexualmente transmissíveis e preventivos de gravidez.

A mulher contou que o crime teria sido a cobrança de R$ 15,30 de uma corrida realizada no dia 22 de dezembro, em que ela iria de casa ao trabalho, mas não havia sido paga.

Por mais que essa notícia seja de um falso estupro, eles existem e infelizmente não são e curta escala. Abaixo separamos algumas orientações do que fazer se você for ou conhecer alguém vítima de estupro.

O que fazer caso eu seja vítima de estupro?

  • Cuide da sua saúde em primeiro lugar. Antes de se preocupar com as medidas legais é importante receber atendimento médico, se necessário. Existem centros especializados em saúde da mulher que costumam estar melhor preparados para os casos de violência sexual.
  • Chame a polícia ou vá até uma delegacia.
  • Será feito um boletim de ocorrência e você será encaminhada, em seguida, a um hospital para realizar exames e receber medicamentos para prevenir doenças sexualmente transmissíveis (como o HIV), além de receber a pílula do dia seguinte para evitar gravidez, caso já não tenha passado por atendimento médico.
  • O boletim de ocorrência logo após o crime é importante para que seja feito o exame de corpo de delito (realizado por um médico no Instituto Médico Legal — IML). Por essa mesma razão, não é recomendável que a vítima tome banho após o ocorrido, pois isso pode impedir a coleta de algumas provas importantes para a investigação e posteriormente para o processo criminal (ex: identificação da presença de sêmen o que pode auxiliar até na identificação do autor). Além disso, é importante guardar as roupas usadas no momento do crime para coleta de provas. O DNA do autor pode ser coletado destas peças de roupa, por exemplo.
  • Nos casos em que houve o uso de drogas como o “Boa Noite Cinderela” é importante que a vítima faça o Exame Toxicológico (através de exame de sangue e urina) em no máximo 5 dias após a ingestão. O ideal é fazê-lo o quanto antes possível.

Caso o estupro já tenha ocorrido há algum tempo

  • Se a vítima decidir não buscar as autoridades policiais recomendamos, fortemente, que ela busque, pelo menos, cuidados médicos e psicológicos o mais rápido possível, já que a eficácia dos medicamentos para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da pílula do dia seguinte é determinada por essa rapidez. Recomenda-se também que o acompanhamento psicológico comece o mais breve possível.
  • É importante enfatizar que a busca da vítima por ajuda médica não tem nenhuma ligação com a polícia. A vítima tem sigilo médico-paciente e por isso, pode buscar ajuda médica logo após o fato e depois ir à autoridade policial quando se sentir preparada.
  • Contudo, em casos de menores de idade, o conselho tutelar pode ser acionado, especialmente se o suspeito for alguém próximo, sempre visando a preservação da criança ou do adolescente.
  • Em casos de violência contra criança e adolescentes a denúncia pode ser feita no conselho tutelar, no Ministério Público e/ou na Delegacia da Infância e da Juventude (se não houver delegacia especializada busque uma delegacia normal).

Ligue 180

A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é uma política pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher em âmbito nacional e internacional.

Por meio de ligação gratuita e confidencial, esse canal de denúncia funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, no Brasil e em outros 16 (dezesseis) países: Argentina, Bélgica, Espanha, EUA (São Francisco e Boston), França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Itália, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.