Como foi a noite de Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC
Ao som de samba e rap, os militantes permaneceram em vigília durante a madrugada; o ex-presidente acordou por volta das 7h30
Pouco depois da determinação do juiz federal de Curitiba, Sérgio Moro, que despachou mandado de prisão de Luis Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, dia 5, o ex-presidente foi para a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, por volta das 19h.
Manifestantes ligados a movimento sociais seguiram em marcha até o sindicato, onde chegaram às 20h45. Um carro de som foi usado como palco para que várias lideranças do PT e de outros partidos de esquerda discursassem durante a noite, como a ex-presidente Dilma Rousseff e o senador Lindberg Farias (PT-RJ).
“Vocês estão lembrados que o presidente Lula, além de ser um grande líder brasileiro, foi reconhecido como o maior líder que estava governando na sua época? Foi reconhecido até pelo presidente dos Estados Unidos, que disse: ‘esse é o cara’. Pois esse é o cara que alguns, por perseguição política, querem colocar atrás da grades”, afirmou Dilma.
Enquanto as lideranças não discursavam, a música no carro de som voltava a tocar: Zeca Pagodinho e Racionais MC estavam na playlist. Antes de 1h, Lula cumprimentou os militantes que estavam no segundo andar do prédio do sindicato. Ele apareceu pela última vez às 2h, quando acenou para os apoiadores que estavam do lado de fora.
O ato durou até por volta de 1h20, mas parte dos militantes permaneceu em frente ao sindicato em vigília durante a madrugada. O quarteirão foi isolado e é vigiado por policiais e guardas civis.
O ex-presidente ficou sozinho entre 2h30 e 7h na sala da presidência do Sindicato dos Metalúrgicos, onde dormiu em um espaço privativo, e se levantou por volta de 7h30 para tomar café da manhã.
Além de Lula, estiveram no sindicato a ex-presidente Dilma Rousseff, o senador Lindbergh Farias, Guilherme Boulos, líder do MTST, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, o deputado Paulo Pimenta, os governadores Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piauí), e Wagner Santana, presidente do sindicato.
A defesa do ex-presidente disse, em nota, que o mandado de prisão contra o petista “contraria” decisão do TRF-4 e que a prisão só poderia acontecer após esgotados os recursos no tribunal. Os advogados de Lula tinham até o dia 10 para apresentar os chamados “embargos dos embargos” no TRF-4. No entanto, no despacho, Moro diz que tais recursos são “patologia protelatória”.
Com informações do G1
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