Onça que simbolizou queimadas no Pantanal vira mamãe
Em 2020, Amanaci sofreu queimaduras 3º e quase foi sacrificada
Amanaci, a onça-pintada que foi um dos símbolos das queimadas no Pantanal em 2020, ganhou um filhotinho em cativeiro. Devido à gravidade dos ferimentos, ela perdeu as garras e não pode voltar a viver na natureza.
Hoje, a onça vive no Instituto NEX, um santuário de animais em Corumbá de Goiás.
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Com 110 dias de gestação, o nascimento de uma onça-pintada é momento raro de se ver, mesmo em cativeiro.
O filhote, assim que estiver maduro para tal, será reintroduzido na natureza com ajuda de biólogos e veterinários. Ele viverá no Pantanal, como a mãe antes da queimada.
“Amanaci está bem”, disse Daniela Gianni, coordenadora de projetos do Instituto NEX, ao “Jornal Nacional”.
“Só que deixou um buraco no Pantanal e a gente quer preencher esse buraco com o filhote dela, que tem o mesmo genoma dela, que é do mesmo bioma, para ver se a gente tenta amenizar a interferência do homem na natureza.”
Queimadas no Pantanal
Em 2020, o Pantanal arde em chamas. Somente em agosto, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) detectou 1.684 focos de incêndios –quase quatro vezes mais do que o mesmo período do ano anterior.
As queimadas já dizimaram mais de 10% do bioma inteiro, incluindo 30% da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, a maior do país.
Na semana passada as chamas atingiram o Parque Estadual Encontro das Águas, na região de Porto Jofre, em Poconé (MT). O local é conhecido por abrigar a maior concentração de onças-pintadas do mundo.
São milhares de animais silvestres encontrados carbonizados ou com partes do corpo queimadas: serpentes, lagartos, jabutis, jacarés, tamanduás, macacos e tantas outras espécies. As imagens têm circulado o mundo e causando indignação.
De acordo com a ONG AMPARA Silvestre, uma frente da Ampara Animal, as antas, por exemplo, chamadas de “jardineiras da floresta” por serem um importante dispersor de sementes nos ecossistemas onde habitam, são animais lentos e têm muita dificuldade em conseguir escapar das chamas.
Já animais mais ágeis como a onça-pintada, apesar de conseguirem fugir do fogo com mais facilidade, têm suas patas queimadas, inalam a fumaça e têm todo o seu habitat destruído, não achando mais alimentação ou dormitório.
Os animais que correm risco de extinção no Pantanal são: onça-pintada, suçuarana (onça-parda), cervo-do-pantanal, arara-azul-grande, lobo-guará, ariranha, jacaré-do-pantanal, cachorro-vinagre, tamanduá-bandeira, veado-campeiro, entre outros.
Veja aqui e saiba como ajudar ONGs que resgatam animais no Pantanal.