‘Me sinto culpada’, diz Rafa Brites sobre dividir tarefas

18/12/2017 13:59

“Fico culpada por não estar lá, ou por não falar pro meu marido ficar dormindo”, relata Rafa Brites
“Fico culpada por não estar lá, ou por não falar pro meu marido ficar dormindo”, relata Rafa Brites

O impacto do machismo na vida de mulheres, homens e crianças é um assunto que sempre abordamos aqui no Catraquinha. Falar sobre isso significa, também, identificar quais são as transformações necessárias para que essa cultura seja combatida, cotidianamente, na sociedade e dentro de cada um de nós.

Nesse sentido, a repórter e apresentadora Rafa Brites publicou um relato emocionante em sua página do Instagram. Ela contou que a divisão  dos cuidados com o filho, Rocco, são igualmente divididas com seu companheiro, Felipe Andreoli.

Mas, por vezes, ela se cobra por não fazer mais. E quando o pai diz que ela pode continuar dormindo enquanto ele atende aos pedidos do filho de manhã, ela até continua deitada, mas o sono não vem. O que não a deixa dormir é um sentimento que faz parte da rotina de diversas mulheres após a maternidade: a culpa.

“Acredite você que quando meu baby acorda muito cedo e eu estou precisando descansar mais que o Felipe, ele acorda vai ficar com o filho na boa, mas a bobona aqui ,cabeça atrasada, impregnada por um modelo antigo, fica revirando na cama… Fico culpada por não estar lá, ou por não falar pro meu marido ficar dormindo”, relata Rafa.

A história da repórter chama os homens ao diálogo, já que logo na introdução ela diz que considera a participação de Felipe algo ainda incomum em nossa sociedade. Mas, a partir de sua própria experiência, o texto também convida mães a repensarem sobre a dificuldade de incluir os pais sem cobranças internas.

“E isso é tão forte que, mesmo eu que tenho um discurso lindo sobre o assunto fico no limbo. Fico na cama…Mas como o discurso ainda não está internalizado totalmente e em paz , o sono também não vem. Percebo o quão difícil é se desfazer do inconsciente coletivo. Como precisamos lutar para mudarmos. E como nós, mães, muitas vezes reclamamos de falta de ajuda, mas na verdade não estamos prontas para gozarmos dela. Ouvir: vai la amor, vai no pagode… Eu fico com ele… aproveite…até assusta.”

 No final, esse equilíbrio de presença  só traz benefícios para a família toda.

“Não só essa divisão nos alivia, como o vínculo entre pai e filho fica tão mais forte e mais bonito.”

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