Pesquisa mostra que mulheres têm medo de andar de bicicleta em SP

Dados levantados pela Ciclocidade apontam que apenas 6% das mulheres andam de bicicleta

18/08/2017 19:13 / Atualizado em 21/08/2017 12:40

Até na mobilidade o recorte de gênero é pouco discutido e mesmo assim, as informações encontradas apontam a diferença entre o número de homens e mulheres que pedalam por São Paulo: segundo levantamento feito pela associação Ciclocidade, apenas 6% das mulheres andam de bicicleta.

Poucas pesquisam foram feitas para entender motivos que levam poucas mulheres a andarem de bicicleta
Poucas pesquisam foram feitas para entender motivos que levam poucas mulheres a andarem de bicicleta

Para entender essa e outras questões, em 2015 foi criado um Grupo de Trabalho de Gênero na associação. A pesquisa “Mobilidade por bicicleta e os desafios das mulheres de São Paulo” foi coordenada pela  Letícia Lemos, Marina Harkot e Priscila Costa.

Junto a uma equipe, elas entrevistaram 334 mulheres, sendo 128 ciclistas e 206 não ciclistas, em todas as 32 subprefeituras do município entre 27 de junho e 15 de julho de 2016. A meta foi traçar o perfil e principais desafios que elas enfrentam ao usar o modal como meio de transporte na cidade.

Dos problemas listados, foi constatado que 27% das mulheres têm medo de compartilhar a via com carros pela falta de respeito no trânsito, 26% considera o risco de ter colisões, quedas ou atropelamentos e 14% pensa no risco de assalto. O mesmo percentual reclamou da falta de infraestrutura da cidade.

A pesquisa também constatou que 52% das ciclistas afirmaram ter carro, mas optam pela bicicleta como meio de transporte. Os principais destinos delas são trabalho (28%), supermercado (23%) e lazer (23%). Além disso, 28% das ciclistas pedalam todos os dias e 23% usam a bicicleta cinco dias por semana.

Quem mais pedala e usa a bicicleta mais vezes por semana possui renda mais baixa. Ao Vá de Bike, Marina Harkot disse que “isso acontece por falta de alternativa, já que a bicicleta é o meio de transporte sem custo que resta como opção para elas”.

Dessas ciclistas, 22% das entrevistadas disseram que o benefício do modal é por ser um meio de locomoção mais rápido, 20% disse que é mais saudável, outras 17% considera mais econômico, seguidas de 12% que acham mais prático e 11% prazeroso.

Mas 21% das mulheres não usam bicicleta por conta das possíveis colisões, quedas e atropelamentos que consideram um risco, 19% têm medo do trânsito ou de compartilhar a via, 15% falaram no risco de assaltos, 8% da falta de infraestrutura cicloviária e 5% disseram que não usam por causa dos assédios.

Veja aqui a pesquisa completa.

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