PGR pede ao STF inquérito contra Weintraub por racismo
Ministro também insinuou que China sairá ‘fortalecida’ com a crise do novo coronavírus
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito para apurar suposto crime de racismo cometido pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, em uma postagem em rede social.
No começo do mês, Weintraub publicou uma mensagem no Twitter, que depois foi apagada, usando a capa de um gibi da Turma da Mônica ambientada na Muralha da China. A troca da letra “r” pela letra “l”, referência ao modo de falar do personagem Cebolinha, foi usada para ridiculariza o sotaque de muitos asiáticos ao falar português.
“Geopolíticamente, quem podeLá saiL foLtalecido, em teLmos Lelativos, dessa cLise mundial? PodeLia seL o Cebolinha? Quem são os aliados no BLasil do plano infalível do Cebolinha paLa dominaL o mundo? SeLia o Cascão ou há mais amiguinhos?”, escreveu o ministro no Twitter.
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É a primeira vez que a Procuradoria-Geral da República dá andamento a uma ação contra um membro do primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro.
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“As mencionadas peças de informação revelam que o Ministro de Estado da Educação, Abraham Bragança de Vasconcellos Weintraub, teria veiculado no dia 4 de abril próximo passado, e posteriormente apagado, manifestação depreciativa com a utilização de elementos alusivos à procedência do povo chinês, no perfil que mantém na rede social Twitter”, escreveu o vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, no documento enviado ao STF.
No documento, PGR pede que o Supremo autorize o depoimento do ministro e determine a “preservação”, e posterior obtenção, dos dados referentes ao acesso usado para publicar o post –-por exemplo, o IP (código único de cada computador conectado à internet) utilizado para o acesso à internet.