Previdência: Maia põe em dúvida votação de 2° turno antes do recesso
"Nossa capacidade de diálogo precisa prevalecer em relação a querer empurrar com muita rapidez o processo", ressaltou presidente da Câmara dos Deputados
Em meio à votação da reforma da Previdência, cuja resolução dos dois turnos estava prevista para este fim de semana, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu na manhã desta sexta, 12, que a pauta deve ser votada apenas em agosto.
O atraso nas votações de destaque se dá como estratégia da oposição, visando o adiamento do processo na Câmara. Desde então, 11 destaques foram analisados, cinco prejudicados e três rejeitados.
O votação, reaberta no fim da manhã desta sexta-feira, 12, para um plenário de apenas 192 deputados, deve terminar a apreciação dos destaques até a noite.
- PEC 6 x 1 tem assinaturas suficientes para tramitar na Câmara. O que precisa para ser aprovada?
- Fim do Remessa Conforme? Lula se posiciona sobre isenção em compras online
- Veja como foi o debate do 2º turno entre Lula e Bolsonaro na Globo
- A merda que vai continuar na Cultura se Bolsonaro for reeleito
De volta à comissão especial, que avalizará o texto aprovado no primeiro turno, o projeto segue para nova apreciação em segundo turno.“O importante é terminar o primeiro turno com a vitória que nós estamos mantendo”, disse Maia.
Deputados admitem dificuldades
Em entrevista à Folha, Maia ressaltou que, sem quórum, o primeiro turno está ameaçado. “O que a gente não pode é perder essa economia. Os últimos destaques do PT, se não forem derrotados, nos tiram R$ 100 bilhões. Então a gente precisa ter um quórum alto hoje para garantir essas votações. Não podemos perder nenhum deputado, nenhum voto”, afirmou.
Ressaltou ainda que, além da votação das emendas e demais destaques, será preciso derrubar a exigência mínima de sessões. “Isso vai terminar no final do dia, início da noite. A partir daí, durante o dia, a gente vai vendo qual o melhor ambiente”.
E completou: “Se a gente tem quórum amanhã de 500 deputados, ou de 379 deputados [em referência ao número que aprovou o texto-base, na quarta], ou se esse quórum se mantém para a próxima semana, ou se mantém-se para agosto.”
Maia prega cautela contra rapidez no processo
Afim de evitar uma derrota no segundo turno, Maia lembrou a importância de não empurrar o processo com rapidez. “Dez dias, 15 dias…claro que não é o que nós queremos, não é pelo que nós trabalhamos, mas acho que, nessa hora, nossa paciência, nossa capacidade de diálogo precisa prevalecer em relação a querer empurrar com muita rapidez o processo.”