Procuradoria Eleitoral pede cassação de João Doria

Segundo a ação, pouco antes de concorrer ao governo do Estado, Doria aumentou em 79% a média de gastos em publicidade

18/12/2018 21:39

Nesta terça-feira, 18, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP) entrou com uma ação judicial (Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE) que solicita a cassação e a inelegibilidade de João Doria (PSDB). O pedido tem como base o suposto uso eleitoral de verbas da Prefeitura de São Paulo para se promover.

Segundo a ação, Doria aumentou em 79% a média de gastos em publicidade pouco antes de concorrer ao governo do Estado. Os procuradores Luiz Carlos dos Santos Gonçalves e Pedro Barbosa Neto defendem que o ex-prefeito usou a propaganda oficial para ganhar votos na eleição deste ano.

João Doria foi eleito governador de São Paulo com pequena vantagem de votos válidos
João Doria foi eleito governador de São Paulo com pequena vantagem de votos válidos - Reprodução/TV Globo

Na petição inicial feita pela PRE-SP, lê-se que: “[Doria] fez uso da máquina pública de forma premeditada para sua autopromoção, já que objetivava a candidatura ao cargo de governador deste Estado”.

O jornalista Ricardo Galhardo conta que, de acordo com a PRE-SP, a pequena diferença de votos entre Doria e Marcio França (PSB), no segundo turno, 750 mil eleitores (3,5% dos votos válidos), indica que o uso da verba oficial pode ter desequilibrado o resultado do pleito.

Segundo a PRE-SP, R$ 44 milhões foram gastos entre 1º de janeiro e 6 de abril, quando Doria renunciou à prefeitura para concorrer ao governo estadual. A Lei Eleitoral, no artigo 73, proíbe expressamente o aumento da verba publicitária.

João Doria, governador eleito de São Paulo, durante encontro com presidente eleito Jair Bolsonaro no gabinete de transição
João Doria, governador eleito de São Paulo, durante encontro com presidente eleito Jair Bolsonaro no gabinete de transição - Fotos Públicas/Twitter

Em nota, a assessoria jurídica de João Doria afirmou: “A ação proposta pelo Ministério Público Eleitoral não revela qualquer indício de conduta eleitoral irregular, na medida em que não apontou a prática de um único ato do Poder Público que tenha promovido a pessoa do governador eleito e tampouco a existência de gastos de recursos públicos em benefício de sua candidatura. Tratam-se, na verdade, de ilações que não se sustentam nos fatos.”