Proibida de amamentar em shopping, mãe tem atitude empoderada

O constrangimento de algumas mulheres na hora de amamentar público é motivada por uma série de fatores: a construção histórica e social do papel da mulher, a erotização do corpo da feminino, e, claro, a própria visão equivocada da criança como algo não prioritário, que a esvazia em seus direitos como cidadã e integrante ativa da sociedade.

Noticiamos com frequência aqui no Catraquinha histórias de mulheres tolhidas em seus direitos de dar o peito aos filhos em locais públicos, em espaços privados, em imagens nas redes sociais – clique aqui para relembrar a polêmica recente envolvendo a apresentadora Bela Gil – e até mesmo em hospitais, como a história da mãe que foi impedida de amamentar na UTI neonatal de uma maternidade de São Paulo. Infelizmente, todos os dias aparecem novos casos similares.

A norte-americana Ashley Cooper chamou a atenção nas redes sociais na última semana, após compartilhar um vídeo do momento em que é impedida, por um segurança, de amamentar o filho em um shopping de Virginia, nos Estados unidos.

“Conheçam seus direitos, mães”, disse Ashley no post que viralizou.
Créditos: André Nacho
“Conheçam seus direitos, mães”, disse Ashley no post que viralizou.

A reação de Ashley foi de empoderamento e intimidação. Além de responder à altura da atitude arbitrária, a mãe compartilhou o vídeo em tempo real em seu Facebook, alcançando milhares de pessoas em questão de segundos.

Obrigada, Short Pump Town Center, por envergonhar uma mãe lactante e tentar assustar o meu filho. Mães, conheçam seus direitos“, defendeu ela. No vídeo, é possível ver sua reação indignada e a clareza com que se defende. “Se eu estou legalmente apta a frequentar um espaço, estou habilitada a amamentar nele também“, diz ela. Assista:

A atitude demonstra a importância de as famílias conhecerem seus direitos, e de nunca perder de vista que regras individuais dos estabelecimentos não podem, em hipótese alguma, prevalecer sobre aquilo que diz a legislação.

Em São Paulo, por exemplo, vigora uma medida de proteção neste sentido; a cidade adotou uma multa de R$ 500 reais para estabelecimentos que constrangerem mulheres que estão amamentando.

Apesar de existirem mais e mais mulheres cientes de seus direitos e empoderadas para defendê-los diante de quem quer que seja, a amamentação ainda é um tabu extremamente presente. É o que mostra uma pesquisa realizada em 2015 pela Lansinoh Laboratórios, líder mundial em produtos para amamentação. Ao entrevistar mais de 13 mil mulheres em 10 países – gestantes e mães de crianças com até dois anos -o estudo mostrou que 32% das mulheres se sentem constrangidas com a amamentação fora de casa, seja em locais privados ou públicos. Clique aqui para saber mais.

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