Projeto universitário pretende incentivar a troca do carro pela bicicleta
Com base em pesquisa, a ideia é desenvolver Manual de Ciclismo Urbano
A proposta é passar por uma metamorfose. Cobaia de seu próprio estudo, o estudante de arquitetura e urbanismo José Henrique Freitas, de 23 anos, conseguiu trocar o carro pela bicicleta em Brasília, uma cidade praticamente concebida para os automóveis.
A partir de sua própria experiência, o estudante desenvolveu uma pesquisa base para a formulação de um Manual de Ciclismo Urbano. “Achei que seria muito simples falar isso para as pessoas sem saber que era possível. Em maio desse ano eu comprei minha bike e desde que comecei a usá-la, praticamente não uso mais carro”, conta.
Nas ruas, em dias de semana, as figuras ainda são poucas, mas consideráveis. “O manual e a pesquisa tratam de fatores intrínsecos a essa mudança e que realmente são dúvidas na cabeça das pessoas que pensam em largar o carro, como topografia, suor, clima, vestuário, equipamentos, etc.”, diz José Henrique. “Brasília tem um traçado urbano modernista que prioriza o uso do veículo motorizado individual. Mas nada é imutável”, diz o futuro arquiteto.
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O projeto faz parte do trabalho de graduação do estudante na Universidade de Brasília e já angariou 380 respostas desde o lançamento da campanha, no dia 7 de setembro. Os números mostram que a cidade tem sim ciclistas interessados em uma mudança. E não são poucos. Segundo o estudante, o último passeio ciclístico da ONG Rodas da Paz teve mais de 4 mil ciclistas presentes.
Para o José Henrque, Brasília tem futuro nesse sentido. “Como candanguinho nascido, que vive aqui há 23 anos, vi de perto o trânsito piorar nos últimos 10 anos”. Segundo dados do Detran, o Distrito Federal viu um aumento estrondoso no número de veículos, chegando aos 1,5 milhão em 2014. O fato reflete a falta de opção do brasiliense na hora de se mover e a necessidade por novos formatos em mobilidade urbana para a cidade.
Confira o questionário aqui.