Recorde: 15 milhões assinam petição por justiça a George Floyd
O abaixo-assinado, criado por uma adolescente de 15 anos nos Estados Unidos, tornou-se o maior em toda a história da Change.org no mundo
Mais de 15 milhões de pessoas se juntaram a um abaixo-assinado online para pedir justiça pela morte de George Floyd, o ex-segurança negro asfixiado durante abordagem policial no último dia 25, na cidade de Minneapolis, Estados Unidos. A petição foi lançada um dia depois pela adolescente Kellen S., de 15 anos, e alcançou um recorde mundial ao tornar-se a campanha que mais reuniu apoiadores em toda a história da plataforma Change.org no mundo.
“George estava algemado e cooperando o tempo todo quando tudo aconteceu. O policial pôs o joelho no pescoço de George e o asfixiou por minutos a minutos enquanto George gritava que não podia respirar. Apesar de testemunhas pedirem ao policial para tirar o joelho do pescoço de George, ele não as ouviu e continuou a sufocá-lo. Não que isso importe, mas George sequer estava sendo procurado por algum crime violento”, expõe a adolescente.
O abaixo-assinado segue aberto e crescendo aceleradamente. Somente nas últimas 24 horas, mais de meio milhão de pessoas se juntaram à causa. Antes da petição por justiça a Floyd, a maior campanha já hospedada pela Change.org era de uma brasileira contra o desmatamento na Amazônia, que reuniu até agora quase 6 milhões de apoiadores.
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Kellen, a autora da petição, conta que ficou emocionada por criar a campanha. “Saber que pude fazer a diferença de alguma forma significa muito para mim. Gostaria de aproveitar essa experiência para ajudar mais pessoas a obter a justiça que merecem. Recebi com alegria a notícia da prisão de Derek Chauvin [um dos policiais]. Embora eu não ache que a petição foi a única responsável, acredito que fez parte disso. Seis milhões de pessoas não podem ser silenciadas”, disse a jovem quando a petição ainda acumulava seis milhões de apoiadores.
Há uma semana a morte de Floyd vem gerando comoção mundial, com protestos nos Estados Unidos e em outros países em torno do movimento #BlackLivesMatter, ou em português #VidasNegrasImportam, em referência às vítimas do racismo no mundo. Diversas celebridades se juntaram à campanha lançada por Kellen e compartilharam a petição nas redes sociais. A cantora Beyoncé fez um vídeo no Instagram, pedindo que seus seguidores assinassem o manifesto aberto na Change.org e peçam justiça por George Floyd.
Outros artistas, como os cantores Ariana Grande, Selena Gomez e Jason Mraz, também demonstraram apoio à campanha. “Agora precisamos usar esse impulso para que os outros três policiais sejam presos e acusados. Comecei a petição porque todo mundo estava falando sobre a mesma coisa e não havia naquele momento nenhuma outra petição. Eu só queria chamar a atenção de alguém para que houvesse justiça para George. Gostaria de dizer à família de George que espero que eles estejam bem e que justiça seja feita em breve. Quero garantir que eles saibam que não se trata de mim, mas de George”, desabafa Kellen.
Ao final do texto da petição, a jovem deixa um apelo: “Queremos chamar a atenção do prefeito Jacob Frey e do promotor Mike Freeman para implorar que demitam os policiais envolvidos nessa situação repugnante e que as acusações sejam apresentadas imediatamente. Por favor, ajude-nos a conseguir justiça para George e sua família!”, finaliza.
Justiça a João Pedro
Ainda em meio ao movimento #VidasNegrasImportam, outra petição foi aberta na Change.org para pedir justiça a ao adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, morto durante operação policial no Rio de Janeiro no dia 18 de maio. Em apenas uma semana, o abaixo-assinado já ultrapassou o total de 2,2 milhões de pessoas engajadas.
O manifesto foi criado nesta quinta-feira (28), nos Estados Unidos, e compartilhado três dias depois no Twitter pela atriz americana Viola Davis. Outra celebridade internacional que postou nas redes sociais e assinou a petição foi a atriz e modelo britânica Jameela Jamil. “Assinado e retuitando, faça o mesmo para trazer justiça a esse menino. O racismo e a brutalidade policial não são apenas um problema americano”, enfatizou Jameela no Twitter.