‘Sou negro’, rebate Romário após crítica de candidata em debate

Oito candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro responderam a perguntas sobre diferentes temas na noite desta quinta-feira, 16

A candidata do PT criticou a falta de negros no debate
Créditos: Reprodução / Band
A candidata do PT criticou a falta de negros no debate

Oito candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro participaram do debate da Band na noite desta quinta-feira, 16. Anthony Garotinho (PRP), Eduardo Paes (DEM), Índio da Costa (PSD), Marcia Tiburi (PT), Pedro Fernandes (PDT), Romário (Podemos), Tarcísio Motta (PSOL) e Wilson José Witzel (PSC) debateram diversos temas, como segurança pública, desenvolvimento econômico, transporte público e corrupção.

Durante as perguntas e respostas, Marcia Tiburi criticou a falta de candidatos negros entre os presentes. Algum tempo depois, o senador Romário usou uma de suas falas para rebater a petista: “Só queria fazer uma correção. Eu sou o negro aqui desse debate”. Na inscrição de sua candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ex-jogador da seleção brasileira se declarou pardo. Segundo o IBGE, a categoria negros inclui pretos e pardos.

O debate teve a participação de oito candidatos
Créditos: Reprodução / Band
O debate teve a participação de oito candidatos

Confira abaixo como foi o debate:

No primeiro bloco, todos os candidatos falaram por um minuto sobre dois temas definidos por enquetes: intervenção federal na segurança pública do Rio e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que vive uma grave crise. Depois, eles fizeram perguntas com tema livre entre si, com réplica e tréplica.

Em relação à crise na Uerj, os candidatos reconheceram a necessidade de aumentar os repasses à instituição e todos falaram sobre a importância da produção da universidade.

Sobre a intervenção federal, decretada em 16 de fevereiro e prevista para durar até 31 de dezembro, alguns candidatos declararam apoio, enquanto outros criticaram a decisão.

“A intervenção federal não disse a que veio. Ela tinha que ter um planejamento. E o planejamento é simples: prevenção, repressão qualificada, modernização do aparelho policial, como eu fiz, com as delegacias legais, e transformar os presídios em unidades prisionais de trabalho, para colocar os presos para trabalhar”, ressaltou Garotinho.

Romário também opinou a favor: “E eu fui a favor desta intervenção. Tive a oportunidade de conversar duas vezes com o interventor, que é o general Braga Netto. Hoje, tenho bastante conhecimento, entendo exatamente o que tem sido feito em relação a essa intervenção. Sei que nada aconteceu por acaso, essa intervenção teve seus problemas, mas eu hoje eu sou totalmente contrário que continue essa intervenção no nosso estado”.

Já Pedro Fernandes afirmou que a intervenção não é a solução para o problema. “A gente precisa de integração. Integrar as nossas polícias, a inteligência e montar uma grande força-tarefa com o Governo Federal. Pegando ajuda da PF, da RCF, das forças Armadas também, para que a gente possa atingir a atividade econômica dos crimes organizados aqui no Rio de Janeiro.”

Indio da Costa definiu a intervenção federal como um “engodo” e completou: “A pedido do Rio de Janeiro votei favorável, dizendo que não funcionaria, infelizmente. Segurança pública se faz com polícia, e polícia se faz com policiais. A gente só vai resolver o problema da violência aqui no Rio de Janeiro com investigação”.

“A intervenção federal veio para suprir uma deficiência de comando do estado do Rio de Janeiro, e eu parabenizo meus irmãos de farda pelo trabalho que realizaram. Mas, infelizmente, eu tenho feito críticas a respeito do tema porque o papel das Forças Armadas é para patrulhar as nossas fronteiras, onde entra o tráfico, onde entram os fuzis. (…) Vamos fazer um modelo de força-tarefa na Polícia Federal, e quem quer que esteja portando um fuzil, eu autorizarei a nossa Polícia Militar a abater”, defendeu Wilson Ex Juiz Federal.

O ex-prefeito do Rio Eduardo Paes disse que, se eleito para o governo, sua gestão vai assumir o comando da segurança pública, mas também solicitar ao Governo Federal que as Forças Armadas continuem trabalhando no estado para combater o crime organizado.

Márcia Tiburi se posicionou “absolutamente contra a intervenção federal”. “Ela não fez bem a ninguém no Rio de Janeiro. Os seus números são péssimos. Eles apenas refletem a violência do golpismo no Brasil, que usa hoje o Rio de Janeiro como vitrine, afinal de contas o Rio de Janeiro é uma cidade sempre manipulada pelos meios de comunicação e pelos poderes, e eu acredito que a população não ganha nada com isso. A segurança precisa ser mais que isso”, completou.

O candidato Tarcísio Motta fez críticas ao que está acontecendo no Rio de Janeiro: “A intervenção foi uma jogada eleitoreira do Temer, feita sem planejamento algum. O plano estratégico do Gabinete de Intervenção apareceu três meses depois. E o resultado a gente está vendo nos números: aumentou o número de mortes, aumentou o número de pessoas que a polícia mata, aumentou o número de policiais mortos. (…) É preciso mudar: mudar completamente o foco da segurança pública. Substituir a lógica do confronto, pela lógica da inteligência e investigação”.

No segundo bloco, foram oito perguntas feitas pelo público e cada uma delas respondida por dois candidatos. Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), nomeações políticas e técnicas, expansão do metrô, atrações de investimentos para o estado e geração de novos empregos, e internação de menores infratores estavam entre os temas abordados.

Já no terceiro bloco, os candidatos voltaram a fazer perguntas entre si, com tema livre e direito a réplica e tréplica. O último bloco trouxe o mesmo questionamento a todos os políticos: qual o primeiro ato caso sejam eleitos.

Acompanhe outros conteúdos ligados às eleições deste ano nesta página especial