Uma flor que brota do concreto: garota de nove anos faz doação de livros no Minhocão
Texto por Letícia Teixeira (estudante do curso de Jornalismo da ESPM-SP)
Diário de Um Banana, Terra de Histórias, A Fada Aninha. Esses são alguns livros que marcaram a infância de Giovana Zambaldi Pampolin, de 9 anos de idade. O amor pela literatura e a vontade de fazer uma boa ação impeliram Giovana a criar uma corrente: sempre que pode, a menina comparece ao Elevado Costa e Silva, o Minhocão – fechado aos fins de semanas para lazer – para doar livros para qualquer um que se interesse por literatura.
Segundo Ariane Zambaldi, mãe da menina, a ideia foi inteiramente da filha, que foi incentivada pelos pais a continuar o projeto. “Por gostar muito de ler, a Giovana foi acumulando livros e, por isso, partiu dela a iniciativa de doá-los. Ela mesma sugeriu o Minhocão. Foi assim que começou.”
Desde então, de quinze em quinze dias, Giovana surpreende os frequentadores do local com seus cartazes feitos à mão e diversos títulos de livros. A condição para adquiri-los é que a pessoa não quebre a corrente. “A condição é que a pessoa doe o livro de volta também. A ideia é que todo mundo que participa fique com um livro”, conta.
Algumas pessoas passam pelo local, olham e logo se encantam com a história da menina. “Essa menina é como uma flor que brota do concreto. Iniciativas como essa nos mostram que pode brotar, da aridez, a humanização, que é o que falta aqui”, diz Ivaldo Dionísio dos Santos, administrador de empresas.
A iniciativa encantou diversas pessoas, entre elas a atriz Débora Falabella, que passeava no Minhocão com a filha. “Ver uma criança incentivando leitura de outras é sensacional. Eu estou com a minha filha aqui e ela adorou. Ela já quer trazer os livros dela para ajudar também”, diz.
Para divulgar o projeto, foi criada no Facebook a página A Menina que doa Livros, onde Giovana divulga os dias das visitas ao Minhocão e recebe encomendas. A página já conta com mais de 4 mil seguidores.
Depois de acompanhar Giovana em algumas dessas ações, Ariane avalia a importância desse da iniciativa da filha. “Vejo que a prática toca as pessoas por ser um ato de carinho com o próximo, algo que as pessoas não estão mais acostumadas a ver hoje em dia”.