Vice de Bolsonaro diz que país herdou a ‘malandragem’ do negro

O general Hamilton Mourão participou de seu primeiro evento público como postulante à vice-presidência da República

Hamilton Mourão foi anunciado como vice de Jair Bolsonaro no domingo, 5
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Hamilton Mourão foi anunciado como vice de Jair Bolsonaro no domingo, 5

Em seu primeiro evento público como postulante à vice-presidência da República na chapa com Jair Bolsonaro (PSL-RJ), o general da reserva Hamilton Mourão afirmou que o Brasil herdou a “indolência” dos povos indígenas e a “malandragem” dos negros africanos.

A fala de Mourão foi proferida durante participação em uma reunião-almoço da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul, cidade da Serra Gaúcha.

O candidato a vice criticou ainda o que ele chamou de “complexo de vira-lata” que acomete o povo brasileiro e, ao se referir à “malandragem” dos africanos, Hamilton Mourão pediu desculpas ao vereador Edson da Rosa (MDB), que é negro, e também compunha a mesa de autoridades presentes no evento.

“E o nosso Brasil? Já citei nosso porte estratégico. Mas tem uma dificuldade para transformar isso em poder. Ainda existe o famoso complexo de vira-lata aqui no nosso país, infelizmente”, iniciou ele.

“Nós temos que superar isso. Está aí essa crise política, econômica e psicossocial. Temos uma herança cultural, uma herança que tem muita gente que gosta de privilégio. Mas existe uma tendência do camarada querer aquele privilégio para ele. Não pode ser assim. Essa herança do privilégio é ibérica”, continuou o general.

“Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson da Rosa [vereador negro], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, completou Mourão.

Em outros pontos de seu discurso, Hamilton Mourão afirmou que “intervenção militar não é varinha mágica” e se mostrou favorável à democracia.