Vídeo: Professora diz para alunos que ser homossexual é ‘impuro’

Mesmo com vídeo em flagrante gravado pelos estudantes, a docente negou que seja homofóbica; Homofobia é crime no Brasil desde 2019

Uma professora foi gravada dizendo para alunos que ser homossexual é “impuro”. A afirmação aconteceu durante aula em um colégio municipal de Posse, em Goiás. Depois da grande repercussão negativa do vídeo, provocada pela revolta dos estudantes, Maria Elizete Anjos disse que não foi preconceituosa, mesmo fazendo apologia à homofobia.

Vídeo: Professora diz para alunos que ser homossexual é ‘impuro’
Créditos: Reprodução/Twitter
Vídeo: Professora diz para alunos que ser homossexual é ‘impuro’

“Se você é homem, foi feito para mulher e mulher para o homem. E o que foge disso é impuro”, disse a docente.

A filmagem aconteceu na última quinta-feira, 11, durante uma aula de inglês para alunos do 1º ano do ensino médio. No vídeo, a professora afirma que muitas vezes os adolescentes estão confusos com relação à sexualidade por conta dos hormônios, mas que relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não é o correto.

“Olha no espelho, tira a roupa. Olha no espelho, você é mulher. E mulher fica com homem. A opinião de Maria Elizete. Qual a opinião de um homem ficar com homem, e mulher ficar com mulher? Qual o problema? Todos os problemas!”, falou.

Na sequência, a professora fala que quem quiser pode chamá-la de homofóbica. No entanto, em nota à imprensa, Maria Elizete negou ter sido homofóbica: “Não são verdadeiros os supostos comentários homofóbicos atribuídos a mim”.

A professora disse que sempre lutou e prezou para que todos mereçam respeito.

“No caso concreto, ao se analisar atentamente todo o contexto e os diálogos, em momento algum quis constranger ou macular qualquer pessoa, gênero ou grupo de pessoas. Ainda que eventualmente possa ter escolhido mal algumas palavras, em momento algum estas se amoldam ao reprovável conceito de homofobia”, afirmou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse informou que já sabe dos vídeos gravados pelos alunos e está investigando toda a situação.

“A Secretaria Municipal de Educação e Cultura não compactua com quaisquer manifestações de preconceito ou discriminação decorrente da orientação sexual, raça, credo, origem étnica, posicionamento político ou grupo social”, diz a nota.

Segundo a pasta, depois do episódio, houve uma reunião com a professora, pais e alunos. Por isso, conforme acrescentou, a secretaria espera a ata para dar continuidade às providências cabíveis para a resolução do caso de forma imparcial.

“A escola é o espaço da ética, justiça, dignidade, respeito, responsabilidade, amizade, honestidade, solidariedade, autodisciplina, amor, confiança, compreensão, paz e fraternidade. As atitudes isoladas de um profissional não devem desabonar o trabalho da equipe do Colégio Municipal Castro Alves”, informa a nota.

Homofobia é crime

Atualmente, ainda existem pessoas que têm aversão à comunidade LGBTQIA+ e que renegam a existência da classe na sociedade por puro preconceito. Desde junho de 2019, é previsto por lei que homofobia é considerado crime no Brasil. O ato criminoso é punido através da Lei de Racismo (7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”.