Vítima de assédio no Rio ganha na Justiça direito a indenização

03/01/2018 21:24

Vítima receberá R$ 8 mil de indenização após assédio
Vítima receberá R$ 8 mil de indenização após assédio - Reprodução

A dentista Jéssica Mendes ouvia gritos constantes de “gostosa” e “piranha” sempre que ia para a academia e passava em frente a um canteiro de obras no Rio de Janeiro.

Incomodada com o assédio que sofria de um dos funcionários, ela entrou na Justiça e agora vai receber uma indenização de R$ 8 mil da construtora responsável pela obra, a EIT Engenharia S/A.

Segundo o “G1“, a dentista lutou por dois anos na Justiça para conseguir a indenização. “Eu estou farta, eu estou exausta, estou cansada”, revelou ela ao site, ainda contando detalhes de como os assédios aconteciam.

  • Em 2017, foram vários os casos de assédio sexual denunciados, incluindo celebridades. Diante da repercussão das denúncias, atrizes de Hollywood criaram um movimento contra o assédio. Confira nessa matéria do Catraca Livre

“Ele tinha mexido comigo umas três vezes aquela semana e, como sempre, dizia ‘gostosa’, ‘nossa, que bundão’. Quando eu não aguentei mais, virei para trás e disse ‘cala a boca'”, relatou ela.

“Ele falou ‘cala a boa, sua piranha. Vem aqui que eu vou botar no seu c*. Quando você voltar, você vai ver’. Foi isso. Ele continuava me chamando de vagabunda e eu saí andando constrangida e ameaçada”, disse.

Jéssica ainda lembrou que voltou a ser assediada novamente ao passar pelo local duas semanas depois, só que dessa vez por três homens.

Inicialmente, a construtora alegou que o assédio não teria acontecido. Depois de comprovado em vídeo, a empresa afirmou não ter responsabilidade sobre um funcionário terceirizado.

 Ainda assim, Jéssica ganhou o processo. Segundo a decisão da Justiça, divulgada no final de dezembro de 2017, a moradora da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, foi assediada e, ao tentar dar um basta nas agressões verbais que ouvia, foi ameaçada por um operário de uma construtora que prestava serviços obra do BRT.

Em seu perfil nas redes sociais, Jéssica explicou a razão de ter entrado com o processo. “Eu segui com esse processo para que mais mulheres transformassem esse constrangimento em coragem e luta. O que a gente ouve nas ruas desde sempre não é brincadeira. Isso é muito sério e não pode continuar acontecendo”, escreveu a dentista.

Em um outro post, ela precisa justificar o caso e explicar por que processou a construtora e não o funcionário:

Leia mais detalhes sobre o caso na matéria completa

Sofreu um assédio como a da Jéssica e não sabe como proceder? Confira essas dicas: