Folha detona Governo Bolsonaro: “delirante” e “indigente”
A Folha crítica a articulação política do Governo Bolsonaro, acusando-o de estar baseada em idéias “delirantes” e “indigentes”.
O jornal discute o que é “velha” e “nova política”, mostrando o considera erros de Bolsonaro, colocando em risco a reforma da previdência.
Até mesmo entre aliados, a articulação do governo é vista como um desastre.
Kim Kataguiri, líder do MBL, fala em “catástrofe”.
Essa crítica acabou gerando bate-boca entre Kim e a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann.
Até mesmo o PSL, partido de Bolsonaro, está desnorteado.
Trecho do editorial
- Governo Lula SURPREENDE com nova decisão sobre horário de verão
- Entenda por que o governo Lula NÃO pretende adotar horário de verão
- Receita afirma que governo Bolsonaro não tentou regularizar joias sauditas
- Por que governo Lula vai voltar a cobrar imposto que aumentará preço da gasolina?
Inquietante é perceber a indigência das ideias da trupe bolsonarista para substituir os métodos e vícios do presidencialismo nacional. Particularmente assustadora se mostrou uma manifestação recente do mandatário quanto à tramitação legislativa da crucial reforma da Previdência.
“A responsabilidade no momento está com o Parlamento brasileiro”, disse Bolsonaro, a respeito do projeto e de suas desavenças com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “A bola está com ele, já fiz a minha parte.”
O chefe do Executivo parece crer, portanto, que não cabe a ele a tarefa de convencer sociedade e parlamentares da necessidade de endurecer as regras das aposentadorias. A missão inglória seria de Maia —sabe-se lá com que meios.
Outras teses acerca de inovações na forma de governar circularam desde a formação do primeiro escalão. A mais propagada delas, hoje um tanto esquecida, pregava que as negociações se dariam com bancadas temáticas, como as da agropecuária e da segurança, e não com partidos.
O entorno palaciano também dá mostras de acreditar, por vezes em versões delirantes, que a vitória das urnas equivaleria a um endosso incondicional capaz de tornar supérfluas as barganhas congressuais. Bolsonaro já terá notado, porém, que políticas públicas são sempre controversas —e que popularidade é um ativo volátil.