Gusttavo Lima pode ficar 8 anos sem shows de verba pública?
Até o momento, três apresentações do cantor passam por investigação do Ministério Público
É isso mesmo, Gusttavo Lima apareceu todo choroso nas redes sociais porque ele pode ficar de 2 a 8 anos sem poder fazer shows em que o cachê será pago com dinheiro público. Isso porque contratos de apresentações do cantor estão sendo investigados pelo Ministério Público de três estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais e Roraima.
O que é a investigação?
A investigação que está sendo feito pelo MP é para saber por qual razão as prefeituras contratam o serviço de um artista, que apresenta com o mesmo show, por valores muito diferentes de uma região do país para outra.
Apesar de estar encabeçado pelo Ministério Público, a decisão fica na responsabilidade do Tribunal de Contas da União, que, se avaliar necessário, indica a avaliação posterior.
Mesmo que seja condenado, existem brechas para que o cantor continue se apresentando em eventos criados pelas prefeituras ou órgãos públicos, pois se uma outra empresa, com outro CNPJ, contratá-lo e oferecer para alguma prefeitura, ele terá, em tese, direito de se apresentar.
A condenação de Gusttavo Lima é uma hipótese real, mas muito longe de acontecer pois além de ser um artista em relevância no Brasil, ele tem apoio político que pode ajudá-lo.
Show em Magé (RJ) vira alvo de investigação do Ministério Público
A prefeitura de Magé, no Rio de Janeiro, fez a contratação do cantor na última quarta-feira, 26, para apresentação no aniversário de 457 anos do município, em junho, pelo valor de R$ 1.004.000,00.
O contrato milionário chamou atenção do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), pois recebeu denúncias para apurar a contratação. “A 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Magé informa que a partir de representações/ouvidorias relativas aos gastos com a festa de aniversário da cidade de Magé, foi instaurado inquérito civil para apurar os fatos narrados nas denúncias”, informa o órgão em nota ao Splash, do UOL.
A apresentação, agendada para 8 de junho, vai ser a abertura do aniversário da cidade. Além do show de Gusttavo Lima por R$ 1.004.000,00, também vão se apresentar o cantor Belo, com um contrato de R$ 180 mil, e a Pastora Midian Lima, com cachê de R$ 75 mil.
Show em Roraima sendo investigado
Foi exposto que ele fez um contrato com a Prefeitura de São Luiz, em Roraima, para receber R$ 800 mil em apenas um show, na 24ª edição da vaquejada na cidade, que está prevista para acontecer em 1º, 2º e 3 de dezembro deste ano.
A pequena cidade de São Luiz, em Roraima, tem um pouco mais de 8 mil habitantes, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sendo assim, dividindo o cachê do show do sertanejo entre os moradores locais, incluindo crianças e adultos, cada um pagaria R$ 100 por pessoa. Além disso, a cidade tem um PIB de R$ 147,6 milhões, o segundo menor do estado, ficando atrás só de Uiramutã.
Com despesas fundamentais sendo ignoradas pelo município como infraestrutura, saúde e educação, a contratação do artista chamou a atenção do Ministério Público de Roraima (MP-RR), que passou a investigar o processo contratual do órgão público com o cantor.
MP iniciou processo de investigação de outro show em Minas, mas foi cancelado
Na última sexta-feira, 27 de maio, o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) instaurou um procedimento para fazer identificar a existência de elementos com o objetivo de investigar as despesas do evento.
Porém, no último sábado, 28, a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro informou o cancelamento do show de Gusttavo Lima, que teria o cachê de 1,2 milhão e de César Menotti e Fabiano, que receberiam R$ 520 mil.
Ainda estarão no evento, que acontece entre os dias 17 e 23 de junho, Israel e Rodolffo com o cachê de R$ 310 mil, Di Paulo e Paulino por R$ 120 mil, João Carreiro por R$ 100 mil e Thiago e Jonathan por R$ 90 mil.
Segundo a prefeitura de Conceição do Mato de Dentro, existe uma tentativa de envolver o evento “em uma guerra política e partidária que não tem nenhuma ligação com o município e nem tampouco com a tradicional festa”.