Justiça de SP rejeita processo de racismo contra Júlio Cocielo

O Ministério Público ainda pode recorrer da decisão

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou o processo de indenização por dano social de R$ 7,5 milhões contra o youtuber Júlio Cocielo por tuítes racistas. Segundo o Ministério Público, entre 2010 e 2018, o humorista teve diversos comentários racistas no Twitter, “afrontando a dignidade humana”. As informações são da coluna de Rogério Gentili, do Uol.

Justiça de SP nega processo de racismo contra Júlio Cocielo
Créditos: Reprodução/Instagram @cocielo
Justiça de SP nega processo de racismo contra Júlio Cocielo

O youtuber alegou ser afrodescendente, nascido em uma família pobre periférica, e que sabe na pele o que isso significa. “É evidente que Cocielo faz piadas com sua própria condição, o que é um artifício humorístico usado por comediantes no mundo todo”, falou o seu advogado à Justiça.

Em novembro de 2013, segundo os promotores, ele escreveu na rede social: “Nada contra os negros, tirando a melanina…”. Um mês depois, disse: “O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”.

Outro ato considerado racista cometido pelo YouTuber

Em relação à publicação feita na Copa de 2018 sobre o jogador Mbappe, os desembargadores consideraram que a frase não teve a intenção direta de disseminar uma mensagem preconceituosa, “no afã de produzir conteúdo de humor”.

“Não se ignora que o racismo é um dado histórico da realidade brasileira”, afirmou a desembargadora Viviani Nicolau. No entanto a gravidade dessa problemática social, segundo a magistrada, “não autoriza” que se compare o comentário do humorista “com comportamentos realmente odiosos”.

A desembargadora disse também que, por conta da declaração, o humorista chegou a perder patrocínios e fontes de renda, já “sofrendo as consequências de sua falta de ponderação”. “O desfecho, portanto, demonstra que Cocielo foi prejudicado pela própria atitude inicial. Seu comportamento posterior demonstra a intenção de remediar a situação causada”, diz a decisão.