Linn da Quebrada sobre ter sido notada por Walcyr Carrasco: ‘Esperando o convite’

A artista desejar viver algo surreal em novela, nada em que tenha que ficar se reafirmando como travesti, um papel que o gênero não seja o protagonista

Linn da Quebrada ou Lina, como ficou conhecida pelo Brasil após participar do BBB 22, comentou sobre ter sido notada por Walcyr Carrasco enquanto estava dentro do reality show. Isso porque o dramaturgo chegou a fazer uma lista do seu top 5 do programa e ela ficou em primeiro lugar.

Linn da Quebrada sobre ter sido notada por Walcyr Carrasco: ‘Esperando o convite’
Créditos: Wallace Leray/Catraca Livre
Linn da Quebrada sobre ter sido notada por Walcyr Carrasco: ‘Esperando o convite’

Lina concedeu entrevista exclusiva à Catraca Livre durante a divulgação de um evento voltado para a cultura ballroom em que ela, junto com a Gloria Groove, são as embaixadoras dessa ação do YouTube Shorts.

Ao ser questionada em quais papéis gostaria de viver e como ela reagiu ao saber que foi notada por Walcyr, ela contou que gostaria de viver algo “surreal”.

“Não necessariamente vou buscar o choque, porque, na verdade o choque já vem de qualquer jeito. Seria chiquérrimo eu fazer uma novela das 9. Gostaria de viver algo inimaginável, uma astronauta, uma coisa de sair do planeta, talvez. Conhecer outros mundos, uma coisa do fim do mundo. Uma coisa apocalíptica ou pós-apocalíptica”, disse.

“Eu gostaria de viver a simplicidade de não ter que me explicar, de viver uma personagem que não precisasse ficar me explicando, dizendo que sou travesti, apenas ser e ter outros problemas, viver problemas relacionados a qualquer outra coisa também que não a identidade [de gênero]. Porque isso eu já vivo na vida real, né gente? Vamos construir algo surreal agora. Walcyr, estou esperando o convite!”, falou ela sorrindo.

A vida após o BBB 22

Para além dessa citação por um dos maiores escritores de novela do país, Linn falou sobre como está sua vida após o Big Brother Brasil e como está sendo conversar diariamente com um público que ultrapassa 3 milhões de pessoas apenas no Instagram.

“É complexo, são muitas coisas, né gente? É ótimo estar em um lugar que a gente consiga ser ouvida, consiga falar, expor nossos pensamentos, construir um diálogo. Estou buscando ser sincera comigo, com essas pessoas que estão ao meu lado, ser generosa porque são pessoas que me conheceram em um determinado momento, em uma situação em que me vi frágil e vulnerável”, relatou.

“Essa tem sido uma conquista também, mas eu não sou só aquela Lina do BBB, além de ser vulnerável, frágil, além de fazer trocadilhos, mas sou essas também. Quando eu demonstro muito de mim, até eu me assusto. Então meu pedido é que não assustem, vem mais parto”, pediu a ex-BBB.

Carreira como cantora

A artista também se abriu falando um pouco de sua relação com o canto. Em uma entrevista ao podcast Dia Estudio, Linn da Quebrada disse que havia começado a fazer reflexões sobre considerar-se cantora.

“Eu sinto que quando eu comecei a fazer música, eu era muito corajosa, eu inventei a Linn da Quebrada pra ter força, pra ter coragem, e ela foi babado, ela ainda é babado, ela me ajuda a ter coragem”, explicou.

“A música em mim e comigo, não era necessariamente um lugar que sonhei, é como se eu tivesse sonhando acordada. Só que eu nunca tive o lugar das belas vozes, de virtuose, não foi por isso que eu comecei a cantar. Eu comecei a cantar pra me ouvir, pra que eu pudesse dizer coisas que só eu teria a sagacidade, a generosidade e a crueldade comigo mesma, que eu sentia que eu precisava naquele momento”, enfatiza.

Lina ou Linn da Quebrada?

A multiartista também falou sobre como está sendo administrar Linn da Quebrada e Lina. Ela explicou como as duas, a artista e persona, estão em um processo de se tornar uma só.

“Acho que todas elas existem a Linn da Quebrada, a Lina Pereira, a linda que brada, a linda que berra, que borra, que burla, que é medrosa, que se pergunta quem ela é. Que enfrenta, mas que também não quer enfrentar sempre. Aquela que luta, que foge, que descansa”.

Confira a entrevista em vídeo:

Parte #1

Parte #2