Maju diz estar preparada para ataques racistas na bancada do ‘JN’

“Eu estou blindada. Se acontecer de novo, iremos, mais uma vez, atrás dos autores na Justiça", disse a jornalista que será âncora do noticiário aos sábados

Maria Júlia Coutinho, a Maju, se tornou a primeira mulher negra a integrar a bancada do Jornal Nacional e contou que não tem medo de se tornar alvo de críticas e de comentários racistas.

Maju Coutinho será a primeira apresentadora negra do ‘JN’
Maju Coutinho será a primeira apresentadora negra do ‘JN’

A jornalista disse ao jornal “Extra” que ciente da exposição que viverá, está preparada para assumir a posição ao lado de William Bonner aos sábados, e havendo comentários racistas não pretende deixar os autores impunes.

“Eu estou blindada. Se acontecer de novo, iremos, mais uma vez, atrás dos autores na Justiça. Seja com a Maju ou com a Maria do Rio Grande do Norte, é crime. Estou preparada porque sei do meu trabalho, tenho a confiança dos meus pais e da produção”, salientou.

Maju falou sobre a nova etapa na carreira e a comoção geral que o anúncio provocou. “A comoção é válida, mas a questão é ainda ser assim. Há uma carga simbólica que não dá pra ser negada, e eu não a questiono. Precisamos lembrar, no entanto, de Zileide Silva no ‘Jornal hoje’ e de Heraldo Pereira. Lá na frente, espero que uma mulher negra em destaque não seja motivo de atenção, porque será normal. Que apareçam outras Zileides, outras Majus”, disse.

Em setembro, o Jornal Nacional completa 50 anos de exibição. A entrada de Maju no rodízio de apresentadores é um marco na história do telejornal por ser a primeira vez que uma mulher negra integrará a bancada do JN.

Saiba o que fazer em casos de racismo.

  • Racismo é crime previsto pela Lei 7.716/89 e deve sempre ser denunciado. A denúncia pode ser feita por e-mail (ouvidoria@seppir.gov.br), disque 100 ou 156 (segunda a sexta-feira, das 7h às 19h. Nos sábados, domingos e feriados, das 8h às 18h).