‘Round 6’: participantes denunciam condições ‘desumanas’ em reality da série

Baseado na série sul-coreana, o novo reality show da Netflix ainda não estreou, mas já é alvo de polêmica

Netflix vai produzir reality inspirado em Round 6 com prêmio milionário
Créditos: Reprodução/Netflix
Netflix vai produzir reality inspirado em Round 6 com prêmio milionário

A Netflix está produzindo um reality show baseado na série “Round 6”. Intitulada “Squid Game: The Challenge”, a nova competição ainda não estreou, mas já é alvo de polêmica, após 4 dos 456 participantes denunciarem condições “cruéis e desumanas” nos bastidores da produção.

A ideia do reality é colocar 456 jogadores competindo em versões de jogos infantis, no entanto, ao contrário de “Round 6“, eles não devem ser realmente perigosos ou letais.

Mas, em entrevista à revista Rolling Stone, os 4 ex-participantes denunciaram que esse princípio não está sendo seguido. “Foi uma das coisas mais cruéis e horríveis que já passei”, disse um dos participantes.

Problemas no set

Segundo os relatos, durante a prova “Red Light, Green Light”, uma espécie de brincadeira de estátua, os competidores enfrentaram temperaturas abaixo de zero sem poder se mover, e 10 pessoas tenham precisado de atendimento médico.

Sobre o incidente na prova, especificamente, a Netflix disse em nota que 3 participantes precisaram de assistência médica e seus ferimentos eram pequenos. “Apesar do clima muito frio no set, os participantes estavam preparados para isso e quaisquer alegações de danos graves são mentirosas”, afirmou ainda no posicionamento

No entanto, segundo os competidores, o streaming subestimou o clima e a situação no local. Pois, apesar dos participantes vestirem duas camadas de roupas térmicas, dois pares de meias e seu uniforme, a sensação térmica estava insuportável, segundo eles.

E isso não foi só porque as peças para aquecer as mãos e os pés foram removidas dos participantes antes do início da dinâmica, mas também porque o jogo durou quase nove, sendo que os produtores teriam dito que duraria apenas duas horas, relataram.

Ainda segundo um participante, houve um caso em que o atendimento médico foi adiado porque, de acordo com a produção, atrapalharia as filmagens.

Injustiça na competição

As fontes da Rolling Stone relataram terem se sentido encurraladas por causa do prêmio do reality show. Isto porque, mesmo com as pessoas passando mal durante os jogos, os demais competidores pareciam estar dispostos a morrer pelos US$ 4,56 milhões.

“As pessoas estavam se autoflagelando, eu inclusive, diante do fato de que uma garota estava convulsionando e nós lá parados como estátuas. Em que planeta isso é humano? Obviamente, você ajudaria… Isso é a natureza humana para a maioria de nós. Mas é absolutamente um experimento social. Jogou com a nossa moral e é doente. Absolutamente doente”, ressaltou.

Além disso, os participantes denunciam que a Netflix teria sido injusta na competição, já que alguns dos seus concorrentes, muitos dos quais eram influenciadores, eram pré-selecionados para passar para a próxima fase, independentemente do resultado da prova anterior.

Um deles diz que presenciou um jogador eliminado voltar ao jogo, enquanto outro alega que as regras eram moldadas para privilegiar uma narrativa.

Três deles relataram que um momento do jogo foi coletivamente apelidado como “o massacre dos 38 segundos”, no qual um grupo de participantes, embora tenham completado a prova rapidamente, foi eliminado da competição pelos produtores. “Eles enlouqueceram”, narrou um deles.

Participantes cogitam processo

Os ex-competidores dizem que estão atrás de aconselhamento judicial para ver se existe a possibilidade de um processo por violações de segurança em ambiente de trabalho e negligência.

Por fim, os participantes alegam que, quando decidiram competir, acreditaram que o processo seria seguro, divertido e, mais importante, uma oportunidade justa de vencer.

“Squid Game: The Challenger” ainda não tem previsão de estreia na Netflix.