Tokinho revela que levava chutes nos bastidores do ‘Programa Pânico’
Ele diz que na época um fã chegou a processar o Pânico por conta das "brincadeiras" indesejáveis que faziam com ele
O baiano influenciador digital e comediante, Tokinho, que ficou famoso por participar do antigo “Programa Pânico”, inicialmente transmitido pela Rede TV! e depois pela TV Bandeirantes, revelou em entrevista ao canal Pheeno nesta quarta-feira, 3, que sofreu agressão enquanto ainda era integrante da atração.
O ex-dançarino da cantora Tati Zaki disse que sempre aconteciam algumas “brincadeiras” indesejáveis nos bastidores. “Eu não vou negar que tinha situações que dava pra sentir. Era na zoeira, mas aquele tipo de zoeira que tinha verdade… Era bem sério. Hoje eu não fico mais calado, eu consigo falar, me expressar, não permito mais certas situações como no passado”, contou. As situações chegaram à violência física! “Eu tomei pontapé, chute, agressão”, relata.
Ele ainda fala que um fã, que acompanhava o programa, processou o Pânico pelas “trolagens” que eram feitas no programa. Durante a uma chamada de vídeo, questionaram se ele estava de acordo com as “brincadeiras”. “Era algo que naquele momento eu permitia, sempre fui bem recebido pela produção, gostava de gravar, criou um vínculo familiar. Mas, eu não era o tipo de pessoa que ficava brincando [nos bastidores], eu conversava sério com as pessoas”, diz.
Tokinho contou que chegou a passar por uma situação bem constrangedora no início da carreira por causa de um vídeo exposto na internet no qual ele estava se relacionando com outro homem e fez ele ter saído do armário forçadamente . “A pessoa vazou o vídeo. Mas, quem tiver curiosidade não vai encontrar nada demais, apenas o cara em cima de mim”, gargalhou. “Hoje eu dou risada, mas época foi um baque, o mundo caiu sobre mim, pensei em me matar”, fala.
Preconceito em dose dupla
Conhecido pelos relacionamentos, ele diz que que há muito julgamento por ele ser um cara gay com nanismo. “Tem pessoas que falam: ‘Como você vai namorar um anão?’. Eu acho tão pesado isso, mas se você for parar para analisar isso, eu não tinha continuado a minha vida”, exclama.
Ainda em outro relato, Tokinho lembrou de uma vez que estava numa estação de trem, indo para casa de amigos e sofreu homofobia escancarada. “Tinha um grupinho de amigos alterados [de bebida alcoólica], era umas 15h. Eu tava de fone e bonezinho. E falaram: ‘Aquele é o anãozinho gay do Pânico? Vamos chutar ele pra ele cair no trilho?’. Segundo ele, tirou o fone, encarou e questionou: “Vai chutar quem?”.
Homofobia é crime
Infelizmente, ainda hoje existem pessoas que têm aversão à comunidade LGBTQIA+ e que renegam a existência da classe na sociedade por puro preconceito. Desde junho de 2019, é previsto por lei que homofobia é considerado crime no Brasil. O ato criminoso é punido através da Lei de Racismo (7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”.