Val Marchiori ganha processo de Ludmilla por racismo: ‘Cabelo bombril’

A cantora se revoltou com a decisão e se manifestou em suas redes sociais

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu a favor de Val Marchiori e contra a condenação por danos morais após fazer comparação racista, na televisão, entre o cabelo da cantora Ludmilla com a palha de aço ‘Bombril’. A socialite tinha sido condenada a uma indenização de R$ 30 mil, em segunda instância.

Val Marchiori ganha processo de Ludmilla por racismo: ‘Cabelo bombril’
Créditos: Reprodução
Val Marchiori ganha processo de Ludmilla por racismo: ‘Cabelo bombril’

A disputa entre Ludmilla e Val Marchiori começou em 2016, quando a cantora desfilava no Carnaval do Rio de Janeiro pela escola de samba Salgueiro e a socialite trabalhava como comentarista pela Rede TV!. “A fantasia está bonita, a maquiagem… Agora, o cabelo… Hello! Esse cabelo dela está parecendo um bombril, gente”, disse a loira na época.

Ludmilla se sentiu ofendida com a fala e entrou com uma ação contra Val Marchiori por racismo. A cantora chegou a vencer o processo em primeira instância, em 2018, quando o juiz da 3ª Vara Cível do Fórum Regional da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, condenou a empresária a pagar R$ 10 mil à artista por danos morais. Em junho de 2020, a Justiça deu novamente ganho de caso a Ludmilla, condenando Val a pagar uma indenização de R$ 30 mil à cantora e fazer uma retratação pública. Marchiori recorreu das duas decisões e acabou vencendo a disputa judicial.

O Tribunal de Justiça considerou que Val Marchiori exerceu sua “liberdade de expressão” ao comparar o cabelo de Ludmilla com ‘Bombril’.

A socialite comemorou a decisão nas redes sociais nesta sexta-feira: “Justiça seja feita”, escreveu ela, compartilhando a notícia.

“Em que pese ter sido proferida uma observação de natureza ácida, veiculando opinião em tom de crítica dura, não é possível se extrair dos fatos supracitados qualquer intenção de desqualificar ou ofender a autora em decorrência de sua cor de pele, tampouco de ridicularizá-la ou depreciar a pessoa. O que se vê, em verdade, é que a conduta da apelante se insere no exercício do seu direito de crítica, derivado da liberdade de informação e de expressão”, diz um trecho da decisão da 14ª Câmara Cível.

Logo após a notícia, Ludmilla se pronunciou sobre o assunto.

“Racismo não é liberdade de expressão. “‘Sofreu racismo?’ ‘Fácil, vai lé e denuncia’. ‘Lugar de racista é na cadeia’. ‘Vocês reclamam demais. E só ir pra justiça…’ Vocês perceberam agora que não é fácil como parece? Essa não é a primeira, segunda ou terceira denuncia que eu faço. Eu também não sou a primeira a passar por isso e, infelizmente, não sou a única. Eu não me faço de vítima. Eu sou. Tá provado. Mas a estrutura desse país é tão racista que eles têm a audácia de recorrer e ainda por cima comemorar a vitória no Instagram. Mas quer saber? Não vou parar. E não é só por mim, não! Uma horas as coisas vão ter que mudar. E no que eu puder usar a minha visibilidade para ajudar nessa mudança, eu juro pra vocês que vou”, desabafou Ludmilla.