Maternidade Sofia Feldman dribla crise e luta para não fechar

24/03/2017 13:05

Parir com respeito e o melhor atendimento às questões de saúde só é possível em um hospital bem-equipado e com uma equipe preparada. Triste é quando um espaço que promove esse tipo de benefício não consegue se sustentar financeiramente e precisa fechar.

É o que tem acontecido com o Hospital Sofia Feldman, a maior maternidade do país, que fica em Belo Horizonte e é referência em internações neonatais.

De acordo com o jornal Estado de Minas, o Sofia atende 100% de seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem 1,1 mil funcionários e 100 residentes. Só em 2016 foram realizados 10,7 mil partos lá, quase 1 mil por mês – mais do que a soma dos que foram feitos nas quatro grandes maternidades de Belo Horizonte. Recebe gestantes de 300 cidades do estado e tem sofrido um déficit financeiro de R$ 1,4 milhão por mês.

Hospital Sofia Feldman, em Belo Horizonte, lida com grave crise financeira

Recentemente, o prefeito Alexandre Kalil prometeu destinar uma verba de R$ 5 milhões para ajudar na saúde financeira do hospital. Contudo, segundo o diretor da instituição Ivo Lopes, esse auxílio vai durar só uma semana: “Vamos pagar salários atrasados e o 13º de 500 funcionários de nível superior, comprar medicamentos e outros materiais. Na verdade, temos que agradecer muito às pessoas que trabalham aqui, pois demonstram compromisso com o hospital. Ninguém fez greve nesse período de dificuldades”.

Para driblar seus problemas, o hospital tem chegado a soluções inusitadas: por exemplo, na falta de roupa de cama nova, tem recebido lençóis doados por motéis. E a equipe administrativa se esforça como pode para garantir os medicamentos essenciais, como o surfactante, próprio para “abrir o pulmão” de recém-nascidos. “A gente compra no cartão de crédito, dá um cheque, junta o dinheiro, mas compra o remédio”, disse Ivo Lopes ao Estado de Minas.

O Sofia Feldman também tem contado com doações de fraldas e com o programa de segurança alimentar do Serviço Social do Comércio (Sesc), o Mesa Brasil, para garantir sua alimentação.

Ainda de acordo com Ivo Lopes, o problema financeiro da instituição é derivado do subfaturamento do SUS e de recursos financeiros que teriam que sair da prefeitura, mas que, há seis anos, não são recebidos.

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